Mudanças no JCP terão pouco efeito negativo no lucro dos “bancões”, avaliam gestores

Mais casas também passam a ver o Ibovespa acima dos 140 mil pontos ao fim de 2023

Bruna Furlani

Serviços bancários foram destaque na aceleração dos preços no período
Serviços bancários foram destaque na aceleração dos preços no período

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O avanço das discussões para alterar a forma de pagamento de proventos por meio dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) tem gerado preocupação entre investidores. Mas, ao fazer as contas, a avaliação da maior parte dos gestores ouvidos por uma pesquisa do Bank of America (BofA) é que o efeito negativo no lucro dos grandes bancos será inferior a 10%.

Ao todo, 68% dos entrevistados responderam que o impacto será “pequeno”. Dos que acreditam em um efeito reduzido, 58% disseram que as consequências também já estão refletidas nos valuations (preço) dos bancos.

A pesquisa feita pelo BofA contou com a participação de 31 gestoras da América Latina, com aproximadamente R$ 72 bilhões sob gestão.

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O estudo também mostrou que 61% dos gestores acreditam que o impacto no lucro das companhias será menor do que 10% fora dos setores financeiros.

Já ao serem questionados sobre o avanço da reforma tributária, aprovada na última sexta-feira (15), a avaliação das casas é que o setor de consumo discricionário poderá mais ser afetado de forma negativa pelas mudanças, com 35% das respostas, seguido por bens de consumo, com 13%.

Também na sexta, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto da medida provisória (MPV 1185/2023) que altera as regras de tributação para as chamadas “subvenções” – modalidade de incentivo fiscal concedida por Estados a empresas, e que incorporou também mudanças envolvendo o JCP.

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O texto aprovado prevê a restrição dos mecanismos a serem usados para o pagamento dos JCP. Com vigência a partir de 1º de janeiro de 2024, o cálculo dos juros poderá ser feito apenas sobre o capital social integralizado, ou seja, efetivamente aportado na empresa.

Leia mais: Mudança no JCP avança no Congresso: entenda proposta e quais setores podem ser mais afetados

Otimismo com o Ibovespa cresce

A visão mais positiva com o avanço do Ibovespa ao fim de 2024 também foi destaque entre as gestoras, com aumento do percentual de casas que acreditam que o principal índice da Bolsa brasileira pode terminar o ano acima de 140 mil pontos. De 16% em novembro, agora 48% dos respondentes apontam para essa possibilidade.

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Apesar de defender que o Ibovespa deve avançar ao longo do ano que vem, quase metade das casas (42%) prevê que os investidores só farão a migração da renda fixa para as ações quando a Selic bater 9%. Já 35% dos gestores acreditam que isso poderia ocorrer no momento em que a taxa básica de juros chegar ao patamar de 10%.

Na passagem de novembro para dezembro, cresceu também o número de casas que defendem que a Selic poderá terminar o ciclo de flexibilização monetária abaixo ou igual a 9%. Segundo a pesquisa, o percentual chegou a 51% agora em dezembro, contra 16% no mês passado.

Na ata divulgada nesta terça-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central frustrou as expectativas do mercado de que a autoridade monetária pudesse sinalizar uma possível aceleração do ciclo de cortes — ao adotar um tom mais hawkish (inclinado ao aperto monetário).

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Já ao comentar sobre o dólar, a maior parte das casas manteve a visão de que a moeda americana deverá encerrar 2024 na faixa entre R$ 4,81 e R$ 5,10.

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