MP pede bloqueio de R$ 400 milhões de empresa de aluguel de criptomoedas

A Fiji, baseada em Campina Grande, tem um modelo de negócios semelhante à Braiscompany, acusada de dar um calote milionário

Lucas Gabriel Marins

(Getty Images)
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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) entrou com uma ação civil pública contra a Fiji Solutions, empresa que afirma trabalhar com locação de criptomoedas e não libera o dinheiro dos usuários desde fevereiro. No processo, o órgão pede bloqueio de R$ 399 milhões. Os três sócios também foram citados.

“Com efeito, tem-se que o modelo de negócios desenvolvido pela Fiji é extremamente turvo, desde o objetivo do empreendimento em si (a gestão de criptoativos), bem como também as suas práticas ou mesmo seu histórico de operações”, escreveu o promotor Sócrates da Costa Agra na ação, que a reportagem do InfoMoney teve acesso.

A Fiji foi fundada por Bueno Aires José Soares Souza, Emilene Marília Lima do Nascimento e Breno de Vasconcelos Azevedo em Campina Grande (PB). A empresa formalizava contratos de locação de criptoativos e prometia pagamentos fixos mensais, assim como Braiscompany, GAS Consultoria, Rental Coins e outros negócios que quebraram e se revelaram possíveis esquemas de pirâmide financeira.

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“Não há explanação sobre a forma como a Fiji irá gerar o lucro que irá perfazer a remuneração em cima do valor locado, de modo que o cliente termina sem saber de fato como funciona o mercado de critpomoedas, e de que forma vai se dar o alto retorno que aguarda”, disse Agra.

A reportagem tentou contato com a Fiji e os proprietários por meio do telefone disponibilizado online, mas ninguém atendeu. O espaço fica aberto para comentários.

De acordo com ação, houve uma audiência online no dia 10 de março entre o MPPB e os três sócios. Na ocasião, um dos fundadores disse que a empresa não estava mais liberando pagamentos por causa de um suposto bloqueio da exchange KuCoin, da qual depende para fazer movimentações. A assessoria local da corretora, baseada em Singapura, não foi localizada.

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Justificativa semelhante foi usada por Antonio Inacio da Silva Neto, CEO da Braiscompany, empresa de Campina Grande suspeita de dar um golpe milionário e lesar milhares de investidores. Em fevereiro, a empresa foi alvo de operação da Polícia Federal (PF).

Na ação civil pública, o MPPB também pede bloqueio de veículos, bens e imóveis dos acusados, além da retenção e suspensão do passaporte e da CNH. Também foram estipulados uma multa diária de R$ 100 mil por não cumprimento das obrigações e uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais.

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