Movimento atípico em fundos impulsiona volume de gestão de patrimônio em 2023

Avaliação é da Anbima, que trouxe que um fluxo diferente em fundos de ações incrementou o montante no ano passado

Bruna Furlani

Notas e moedas de reais (iStock / Getty Images Plus)
Notas e moedas de reais (iStock / Getty Images Plus)

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Os investimentos nas mãos de gestores de patrimônio chegou a R$ 457,4 bilhões em 2023, um avanço de 7,5% na comparação com o fechamento do ano anterior. O resultado foi reflexo de uma “movimentação atípica” e concentrada em fundos de ações. A avaliação foi feita pela Associação Brasileira Das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), em relatório divulgado nesta sexta-feira (15).

A movimentação atípica do volume puxou o crescimento da renda variável em 13,9%, para um montante de R$ 128,5 bilhões, o que representa 28,1% do total investido. O destaque ficou com fundos de ações, que cresceram 26,1%, somando R$ 107 bilhões. Já o volume aplicado em ações recuou 23,4%, somando R$ 21,0 bilhões no fechamento de 2023.

“Os gestores de patrimônio não refletiram o otimismo causado pela alta anual do Ibovespa, estimulada pelo início do corte da Selic no Brasil e pela perspectiva de relaxamento monetário nos Estados Unidos. A taxa de juros ainda em dois dígitos também pode ter motivado mais cautela no setor”, afirma Fernando Vallada, diretor da Anbima.

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O volume administrado por gestores de patrimônio em fundos multimercados fechou 2023 com um montante de R$ 96,4 bilhões, um recuo de 5,1% frente a dezembro de 2022. Já os fundos cambiais caíram 59,6%, terminando o ano com R$ 122 milhões investidos.

Por outro lado, fundos de investimento em participação (FIPs), fundos imobiliários (FIIs) e ETFs (fundos de índice) avançaram. Os primeiros registraram alta de 17,9%, somando R$ 27,3 bilhões. Os imobiliários fecharam 2023 em R$ 16,3 bilhões, crescimento de 22,8%, enquanto os ETFs registraram aumento de 111,3%, totalizando R$ 2,8 bilhões.

Isentos puxam alta na renda fixa

Como era de esperar, o nível elevado de taxa básica de juros impulsionou o apelo de investimentos em renda fixa, que cresceram 8,1%, para R$ 173,6 bilhões. A participação nas carteiras permaneceu estável, em 38%.

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Os destaques foram os produtos isentos de Imposto de Renda. Entre as aplicações com os maiores volumes de investimento, as debêntures incentivadas avançaram 78,5%, totalizando R$ 8,8 bilhões, e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) cresceram 18,4%, chegando a R$ 7,7 bilhões.

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) subiram 90,8%, atingindo a cifra de R$ 7,5 bilhões. Os CRIs (Créditos de Recebíveis Imobiliários) registraram alta de 28,5%, para R$ 6,7 bilhões, enquanto as LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas) subiram 26,2%, totalizando R$ 3,7 bilhões. O crescimento dos CRAs (Créditos de Recebíveis do Agronegócio) foi mais tímido, de 2%, para R$ 5 bilhões.

Ainda entre as opções de renda fixa, os CDBs (Créditos de Depósitos Bancários) e Recibos de Depósitos Bancários (RDBs) tiveram um avanço de 15,2%, com o volume alcançando R$ 8,5 bilhões; as letras financeiras, com alta de 23%, chegando a R$ 7,4 bilhões; e os FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), que encerraram 2023 com crescimento de 18,7%, para R$ 22,8 bilhões.

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Os fundos de renda fixa ficaram estáveis, com um leve recuo de 0,4%, somando R$ 47,8 bilhões. Os títulos públicos, por sua vez, caíram 7,3%, para R$ 31,3 bilhões, enquanto as operações compromissadas tiveram baixa de 41,6%, totalizando R$ 2,1 bilhões.

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