Mercado de crédito para infraestrutura está no seu “ano de ouro”, diz AZ Quest

Regulamentação das debêntures de infraestrutura e mudanças em ativos isentos de renda fixa devem mudar o jogo, avalia Samuel Cordeiro dos Santos

Bruna Furlani

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No mercado de crédito privado, as possibilidades de financiamento de projetos de infraestrutura podem ser o “grande chamariz” para investidores, na visão da gestora AZ Quest. Ao contrário de setores que sofreram com restrições para emissões de títulos neste ano, os papéis de infra ganharam ainda mais espaço.

“Infraestrutura está no seu ‘ano de ouro’, na contramão de agronegócio e imobiliário. Não teve restrição, teve uma ampliação de lastro”, afirmou Samuel Cordeiro dos Santos, gestor de infraestrutura da AZ Quest, durante evento da TAG Investimentos nesta quarta-feira (15).

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Os lastros (garantias) permitidos para operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRAs), além de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs), foram limitados no começo do ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Paralelamente, as debêntures de infraestrutura, que oferecem o benefício fiscal para a empresa emissora e não para os investidores, foram regulamentadas deixando de fora o setor de óleo e gás, mas abarcando outros como o de infraestrutura social, com projetos voltados para prover serviços de saúde e educação pública e gratuita. “Isso indica a priorização do Governo, do capital privado e que antes não via atratividade nessa classe de ativos”, destacou Santos.

O executivo da AZ Quest lembrou que a parcela que mais cresceu, nos últimos anos, em termos de investimentos em infraestrutura no Brasil foi a privada e que cada vez mais o Estado vai precisar dessa contribuição, o que poderá aumentar o número e o volume das emissões ligadas ao setor.

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Sem mudanças no curto prazo

Após as mudanças implementadas pelo CMN, o mercado não espera novas medidas para restrição de emissões de crédito privado no curto prazo. Gustavo Rodrigues da Cunha, sócio-fundador da Ceres Investimentos, que participou do mesmo evento, acredita que houve um “freio de arrumação” necessário e que o mercado de CRAs já está bem consolidado, o que não demandaria novas mudanças no curto prazo.