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Mercado cogita “onda vermelha” após atentado a Trump: como isso afeta o seu bolso?

Eventos do fim de semana não favoreceram só uma vitória de Trump, mas aumentaram as chances de Câmara e Senado serem "varridos" pelos republicanos; entenda possíveis efeitos para o investidor

Equipe InfoMoney

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O atentado de sábado (13) contra Donald Trump mexeu com as previsões do mercado para as eleições americanas marcadas para novembro, ampliando a vantagem do ex-presidente sobre o rival Joe Biden nas apostas para assumir a Casa Branca.

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Para especialistas, no entanto, o cenário não favorece apenas a campanha pelo retorno de Trump: cresceram também as chances de domínio dos republicanos na Câmara e no Senado, no que seria chamado de “onda vermelha”.

“Onda vermelha”: o que é e por que se tornou possível?

A expressão “onda vermelha” faz referência à cor usada pelo Partido Republicano, ao qual Donald Trump é filiado e pelo qual deverá disputar as eleições para a presidência dos EUA, em novembro. A “onda” se refere a uma possível vitória mais ampla de deputados e senadores nas eleições para cargos legislativos, o que fortaleceria um eventual novo governo Trump, e facilitaria a tramitação de projetos que compõem a agenda do candidato.

Segundo especialistas, a tese ganhou força pela capacidade de o atentado engajar eleitores, como aconteceu com o ex-presidente Ronald Reagan na década de 1980. “A base de Trump está extremamente motivada e deve comparecer em massa no pleito de novembro”, avalia o estrategista global da XP, Paulo Gitz.

Mais protecionismo

A adoção de uma política protecionista já era uma expectativa para um eventual novo governo Trump nos EUA, mas essa agenda poderá ser acelerada se os republicanos tiverem o controle do legislativo, na visão de Felipe Guerra, CIO da Legacy Capital. Para o gestor, um cenário de “onda vermelha” poderá facilitar a imposição de maiores tarifas a países e produtos. Além disso, o profissional vê chance de avanços na agenda de corte de impostos e mais barreiras contra a imigração.

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Juros mais altos

O mercado espera o primeiro corte de juros nos EUA para setembro, mas, no longo prazo, passou a considerar a possibilidade de níveis mais altos de juros por conta das medidas protecionistas que podem ser adotadas por Trump. Alexandre Mathias, economista e estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora, vê uma possível inclinação da curva de juros do país devido ao maior risco fiscal, com menos impostos e o risco de inflação com a proposta de tributar as importações.

Renda fixa atrativa

Com juros possivelmente altos pelos padrões históricos dos EUA, a renda fixa americana pode permanecer atrativa para o investidor, que exigirá mais prêmio pelo risco tomado na aplicação, avalia Gabriel Giannecchini, sócio e portfolio manager da Gauss Capital. O cenário, que já era considerado em uma vitória de Trump, seria potencialmente favorecido por uma vida mais fácil no Congresso para aprovar propostas.

Dólar mais forte

Num primeiro momento, o dólar subiu frente ao real impulsionado por um misto de receio com o quadro fiscal brasileiro e aversão ao risco pela turbulência nos EUA. Já no longo prazo, a avaliação do estrategista da Monte Bravo é que a moeda se mantenha valorizada globalmente pelas mesmas medidas protecionistas, que poderão fazer os juros subir e atrair investidores.

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Quem ganha e perde na Bolsa

Fora da renda fixa, alguns setores da Bolsa podem sair ganhando com uma vitória de Trump, especialmente se tiver maioria folgada no Congresso. Seria o caso, por exemplo, de ações de empresas ligadas ao armamento, aos gastos militares e às farmacêuticas, avalia Mathias. “Big corporate tendem a ser favorecidas”, diz.

Christian Fay, gestor de renda variável do BNP Paribas EUA, ressalta, por outro lado, que algumas companhias devem sair perdendo, como as mais ligadas à energia verde, clima e veículos elétricos. “As ações da First Solar, por exemplo, caíram bastante [após o atentado]. É a percepção nos negócios de uma eventual eleição de Trump”, observa. “[A situação desses setores] vai depender bastante se o Senado e a Câmara irão para o lado republicano”.