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Com anos atuação no FMI e no Goldman Sachs, Paulo Leme conta que, na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, imaginava-se que as promessas arrojadas do republicano eram muito mais uma tentativa de agradar grupos econômicos e sociais do que qualquer outra coisa.
Agora, o economista crê que Trump, como presidente, em 2025, deverá concretizar o que disse antes de ser reeleito.
“Tudo que foi indicado até agora está próximo do programa de campanha (de Trump), que não era papo furado, mas para valer”, diz Paulo Leme, que participou do episódio 264 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.
Impacto das medidas
Leme se detém particularmente em três pontos das promessas de campanha de Trump: conter a imigração, o corte de impostos de pessoas física e jurídica e a imposição de tarifas de importação.
“O mercado ainda não incorporou em escala o que poderá ocorrer na parte de estímulo fiscal e valorização do dólar… Vão ser ‘2 toneladas’ de estímulo fiscal para uma economia que está voando. ”
Para o economista, o mercado não está entendendo “a ordem de grandeza do remédio” que o novo presidente dos Estados Unidos pretende aplicar no país.
“A economia americana está numa situação excepcional em matéria de crescimento, taxa recorde de baixo desemprego, ciclo de inovação tecnológica, com inteligência artificial”, expõe.
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Inflação pode subir
“Se está crescendo o emprego com a inflação indo para baixo. Não me lembro de ver na minha vida, na minha carreira, que é relativamente longa, isso. E, ao mesmo tempo, (o Fed) cortando a taxa de juros. É uma conjuntura fantástica”, complementa.
Paulo Leme atualmente é professor residente de Finanças da Universidade de Miami e chairman do Comitê Global de Alocação de Ativos da XP Advisory.
Para ele, as medidas de Trump, se aplicadas, vão estimular a economia “sem ser necessário” e vão abrir um “buraco fiscal”.
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Dessa forma, Paulo Leme diz que a grande questão é saber quanto tempo terá efeito positivo na economia americana as ações do novo presidente dos Estados Unidos.
Nesse cenário, ele diz ser inevitável a inflação subir.