Conteúdo editorial apoiado por

Manual prático para investir no exterior: não compre dólares, invista em dólares

Algumas regras de bolso para o investidor individual pessoa física extrair melhores resultados com ativos globais

Lucas Collazo

Publicidade

Caros(as) leitores(as),

O InfoMoney acaba de anunciar sua nova cobertura de investimentos no exterior. Dito isso, como quem não “puxa o saco acaba puxando a carroça”, eu não poderia discutir sobre outro tema por aqui com vocês.

Porém, gostaria de trazer comentários e sugestões práticas para essa classe aparecer da melhor forma no seu extrato da corretora daqui para frente. Vamos do começo:

Não faz sentido concentrar todo seu patrimônio no Brasil, ponto final. Não há discussão sobre esse tema.

Nós somos 3% do PIB global, 2% do mercado de dívida e 1% do acionário. Pouco relevante proporcionalmente.

Os principais temas de geração de valor para o futuro não começam aqui: inteligência artificial, cloud, dados, por aí vai. Claro que existem temas interessantes por aqui também, como o agronegócio e a exportação de commodities, mas “o grande pote de dinheiro” não deve aparecer com facilidade em terras brasileiras.

Continua depois da publicidade

Não expor seu patrimônio a isso pode ser custoso. O que estou tentando dizer: você não deveria se preocupar em comprar dólares, mas sim investir em dólares.

Essa discussão se a bolsa americana está cara ou barata nesse momento, até mesmo se o câmbio está no valor justo ou não, são temas para trades e não para investimentos de longo prazo. Na janela de longo prazo, se ganha dinheiro comprado, na ponta otimista da mesa.

A tentativa de temporizar demais os mercados costuma ser falha. Podem acreditar em mim, converso todos os dias com as melhores mentes do mercado há mais de seis anos e os vejo errando isso o tempo todo.

Continua depois da publicidade

A Fidelity, uma das mais tradicionais instituições financeiras do mundo, fez um estudo para entender quais eram as carteiras previdenciárias de maior sucesso entre seus clientes num determinado período. A descoberta foi surpreendente: as contas inativas, geralmente por motivos de óbito, eram as mais rentáveis.

Provavelmente porque não houve alteração na alocação, sem tentativas de acertar o tempo de entrada e saída de ativos. Os juros compostos e o tempo de permanência nos mercados são os verdadeiros mandantes do jogo.

O que importa é a tese estar correta e encontrar as assimetrias do mercado. Isso posto, ter percentual do seu portfólio em uma moeda forte com características de reserva de valor, como o dólar, e em ativos que fujam das dinâmicas locais brasileiras, como empresas internacionais ou títulos de dívida no exterior, é fundamental para uma carteira equilibrada de sucesso.

Continua depois da publicidade

Isso posto, vamos as dicas práticas:

Essas são algumas regras de bolso básicas que acredito fazerem sentido para o investidor individual pessoa física. Claro que são generalistas e, dependendo do caso, podem apresentar alterações – sempre respeite seu perfil de risco e faça aquilo que combine melhor com seus objetivos financeiros.

Espero ter ajudado o seu patrimônio a falar outra língua que não o português. Bons investimentos!

Lucas Collazo

Host e conselheiro no fundo do Stock Pickers | Especialista em alocação e fundos de investimento no InfoMoney