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SÃO PAULO – Depois de uma piora de sentimento em maio, por conta do contexto político, o mercado financeiro brasileiro tem ficado mais animado, em meio a expectativas mais otimistas com relação à tramitação da reforma da Previdência no Congresso.
Como resultado, as estimativas para o desempenho da Bolsa, do mercado de câmbio e de juros neste ano também estão melhores. Segundo a pesquisa de confiança “LatAm Fund Manager Survey”, feita em julho pelo BofA Merril Lynch com gestores de recursos, quase 90% dos investidores esperam que o Ibovespa esteja acima de 110 mil pontos no fim do ano, percentual maior que os 48% do mês passado. A fatia de entrevistados que enxergam o principal índice da Bolsa brasileira acima dos 120 mil pontos também cresceu, de 4% para 17%.
No mercado de renda fixa, a previsão de taxas de juros menores tem virado um consenso, com quase dois terços dos participantes esperando um corte de pelo menos 50 pontos da Selic, um aumento em relação aos 24% que esperavam essa dimensão de queda em junho.
Por fim, embora a maioria dos gestores trabalhe com a expectativa de juros mais baixos, o que aumentaria a pressão sobre o câmbio, as previsões para a cotação da moeda americana permaneceram na faixa de R$ 3,60 a R$ 3,80 até dezembro. Nenhum investidor espera que o dólar supere o valor de R$ 4,0.
O sinal da pesquisa é de gestores assumindo mais riscos, em meio a baixas posições de caixa e proteções menores. “Os investidores estão posicionados para uma recuperação do consumo, com a maioria overweight [posição acima da média do mercado] em consumo discricionário, seguido de finanças”, diz o BofA.
A maioria dos gestores ainda acredita que o Brasil irá recuperar o grau de investimento, com quase metade esperando a elevação do rating em 2021, 20%, em 2022, e o restante, em 2023 ou mais para frente.
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Reforma da Previdência
Em relação à tramitação da reforma previdenciária, os entrevistados ficaram satisfeitos com a aprovação na Câmara dos Deputados, mas veem espaço limitado para maior diluição e atrasos. “No mês passado, a economia de R$ 700 bilhões foi considerada um resultado positivo pelos investidores. Neste mês, um terço dos investidores pesquisados precisa ver uma economia de pelo menos R$ 900 bilhões para que o resultado seja considerado positivo.”
O percentual de gestores que esperam a aprovação final da reforma no terceiro trimestre subiu de 51% para 77%.
A pesquisa do BofA foi elaborada entre os dias 5 e 10 de julho com 30 gestores, responsáveis pela administração de recursos no valor aproximado de US$ 71 bilhões.
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