Maior parte dos gestores aposta em alta de 1,5 ponto da Selic nesta quarta, para 7,75% ao ano

Pesquisa com 36 gestores de estratégia multimercado macro revela aumento da dispersão entre as classes de investimentos, dado o aumento da incerteza

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Diferentemente das últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), em que o mercado financeiro tinha expectativa unânime de alta de um ponto da Selic, desta vez as apostas seguem sendo de um movimento de alta, mas sem uma definição da magnitude. Predominam as previsões de alta de 1,5 ponto percentual, mas também há apostas de 1,25 p.p. e até mesmo superiores a 1,5 ponto.

É o que mostra levantamento feito pela equipe de fundos da XP com 36 gestores de estratégia multimercado macro ao longo de segunda (25) e terça-feira (26).

Segundo a XP, 85,7% dos gestores consultados esperam alta de 1,5 ponto da Selic nesta quarta, ante 8,6% que apostam em elevação de 1,25 p.p., e 5,7% que veem alta superior a 1,5 ponto.

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Uma alta de 1,5 ponto percentual levaria o juro básico ao patamar de 7,75% ao ano.

Com isso, a mediana das projeções para a taxa Selic no fim de 2021 foi elevada de 8,25% para 9,25% ao ano, se comparada à pesquisa feita antes da última reunião do Copom, em setembro.

Diante do acúmulo de incertezas no mercado local, em especial nas frentes política e inflacionária, houve uma piora das projeções dos principais indicadores econômicos.

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Para o Produto Interno Bruto (PIB), os gestores consultados veem agora um crescimento de 5% este ano, ante projeção de expansão de 5,10% da economia na pesquisa anterior.

Com relação à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as estimativas foram elevadas de 8,40%, em setembro, para 9,30%, em outubro. Antes da primeira reunião do Copom do ano, em janeiro, a projeção mediana para o IPCA era de 3,50% para 2021.

Por fim, no que tange às expectativas para o câmbio, os gestores veem agora a moeda americana encerrando este ano cotada a R$ 5,50, acima dos R$ 5,20 do levantamento anterior.

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Alocação das carteiras

A pesquisa deste mês mostrou ainda que o aumento das incertezas levou a uma maior dispersão do posicionamento dos gestores nas diferentes classes de ativos.

No mercado de juros, cresceu a quantidade de casas que não possuem posições direcionais ou que têm operações de valor relativo.

No mercado de câmbio, a maioria dos gestores segue sem posições no dólar contra o real, mas há variação elevada entre os fundos. “Por um lado, a piora do risco fiscal no país contribui negativamente para o real. Por outro, a aceleração do ritmo de elevação dos juros e, consequentemente, o aumento do diferencial de juros com o exterior contribui positivamente para a moeda local”, escreve a XP, no relatório.

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Já no mercado de ações, a maior parte dos gestores tem posições pequenas a médias a favor da alta da Bolsa. Cresceu, contudo, a quantidade de fundos posicionados a favor da queda das ações, segundo a pesquisa.

Participaram do levantamento as gestoras: Absolute, Ace Capital, ARX, ASA Investments, Asset 1, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, BTG Pactual, Canvas, Claritas, Gap Asset, Garde, Gauss Capital, Genoa Capital, Greenbay Investimentos, Grimper Capital, Ibiuna, Itaú Asset, JGP, Kairós, Kinea, Legacy, Macro Capital, Mauá Capital, Occam, Opportunity, Pacífico, Perservera, SulAmérica, Truxt, Ventor, Vinci Partners, Vinland, Vista Capital e XP Asset.

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