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Para acumular patrimônio com investimentos mensais, duas coisas são imprescindíveis: um objetivo bem estabelecido e a clareza de qual o melhor instrumento para alcançá-lo. Na renda fixa, três títulos bancários se destacam por oferecerem segurança e rentabilidade superior ao Tesouro Direto. Mas qual deles é o melhor para aportes mensais?
Para responder à pergunta, simulamos quanto tempo leva para juntar R$ 100 mil investindo mensalmente em LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Como esses ativos têm baixa liquidez (é difícil vender os papéis), são indicados para objetivos de longo prazo.
A pedido do InfoMoney, Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, calculou quanto tempo leva para acumular R$ 100 mil nesses três tipos de investimento com aportes mensais de R$ 300, R$ 500, R$ 1 mil, R$ 2 mil e R$ 5 mil.
O resultado mostra que há diferenças significativas entre os CDBs e as LCIs e LCAs. O motivo está na cobrança de Imposto de Renda, que incide apenas sobre os CDBs e pode chegar a 22,5% do lucro da aplicação, se o tempo de investimento for curto, de até 180 dias.
Quanto tempo leva para juntar R$ 100 mil?
Com o investimento de R$ 300 por mês em títulos atrelados à inflação, o investidor levaria cerca de 16 anos e 7 meses para acumular R$ 100 mil em CDBs. Já em LCIs e LCAs, o tempo de investimento cairia para pouco mais de 15 anos com os mesmos R$ 300 investidos mensalmente. Para esse indexador, o cálculo considera uma rentabilidade real de 6% nos CDBs e de 3% nos títulos isentos de IR.
Nos pós-fixados, os mais comuns em títulos bancários, a diferença pode chegar a seis meses. Com rentabilidade de 105% do CDI e investimento de R$ 1 mil em CDBs, é possível alcançar os R$ 100 mil em 6,7 anos, enquanto o valor seria acumulado em 6,2 anos ao investir nas letras de crédito que oferecem retorno de 87% do CDI.
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Nos prefixados, também há vantagem para os papéis isentos, que permitem ao investidor alcançar o objetivo em 10,2 anos investindo R$ 500 por mês, contra 11,3 anos nas aplicações em CDBs. Para os isentos, a rentabilidade considerada foi de 9% ao ano. Para os CDBs, foi de 11%.
CDB (em anos) | LCI/LCA (em anos) | |||||
Aporte | Pós-fixado | Prefixado | Atrelado à inflação | Pós-fixado | Prefixado | Atrelado à inflação |
R$ 300 | 13,9 | 15,3 | 16,6 | 13,9 | 14 | 15,1 |
R$ 500 | 10,5 | 11,3 | 12,1 | 10,2 | 10,2 | 10,9 |
R$ 1 mil | 6,7 | 7,1 | 7,4 | 6,2 | 6,2 | 6,5 |
R$ 2 mil | 3,9 | 4,1 | 4,2 | 3,5 | 3,6 | 3,6 |
R$ 5 mil | 1,8 | 1,9 | 1,9 | 1,6 | 1,6 | 1,6 |
Fonte: Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos
Para realizar os cálculos, Komura considerou um CDI médio de 10,5% ao longo dos anos e inflação média de 4,30% ao ano.
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A importância do gross up
Sempre que ativos isentos e não isentos de IR são comparados, é preciso fazer o gross up da rentabilidade, um cálculo que mostra quanto o ativo isento renderia se precisasse pagar Imposto de Renda.
Uma LCI com rentabilidade de 94% do CDI, por exemplo, tem rendimento equivalente a um CDB com taxa de 110,5% do CDI. Para calcular a rentbailidade com gross up, basta dividir o rendimento líquido de uma LCI ou LCA e dividí-lo pelo resultado de 1 menos a alíquota de IR devida no período investido.
André Alírio, responsável pela distribuição de fundos e renda fixa na Nova Futura Investimentos, diz que “em investimentos acima de dois anos, os CDBs começam a ser mais competitivos”, já que devem pagar a menor alíquota de IR (15%). Porém, para confirmar o que o especialista diz, é preciso comparar as opções disponíveis no momento do investimento.