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Juros nos EUA e estímulos na China ajudam fundos de emergentes, mas techs americanas sobem mais

Fundos de renda variável de países emergentes deram arrancada em junho, mas no ano ainda ficam abaixo do ganho de 17,46% dos fundos de ações nos EUA

Ana Paula Ribeiro

double exposure image of coin stacks on technology financial graph background.
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O processo de aperto monetário nos Estados Unidos e as expectativas em torno de estímulos para a economia chinesa beneficiaram os investimentos em mercados emergentes, o que fez com que os fundos internacionais que alocam recursos nessa temática estejam entre os destaques no mês. No entanto, o maior rendimento ainda está nas carteiras que concentram investimentos em ações do segmento de inteligência artificial – ou seja, os papéis listados na Nasdaq.

Um relatório elaboradora pela XP detalha o desempenho de diversas categorias de fundos de investimento internacionais. A maior parte das carteiras tem rendimento positivo, refletindo o rali do mercado acionário nesse primeiro semestre do ano. Esse desempenho ocorre apesar do receio de uma recessão nos Estados Unidos como consequência do aumento dos juros por parte do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

“Neste ano, apesar do cenário global ainda desafiador, com riscos de recessão lá fora, continuamos a observar uma onda de otimismo tomando os mercados em geral. Dados de performance até o dia 14 de junho mostram que todas as classes de fundos internacionais estão acompanhando a alta observada nas principais bolsas globais”, indica o documento.

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Os Estados Unidos têm a maior indústria de fundos do fundo, representando 49% (US$ 31,6 bilhões) do patrimônio líquido global. O Brasil está na oitava colocação, respondendo por uma fatia de 3,24% (US$ 2 trilhões)

Com base em dados da plataforma Quantum Axis, o relatório mostra que os fundos internacionais de renda fixa acumulam ganhos de 5,04% neste ano (até dia 14 de junho) e os multimercados ganham 4,05%. O melhor desempenho é encontrado na classe de renda variável, com 8,98%.

Destaque da renda variável

Dentro da categoria renda variável, o principal destaque em termos de retorno são os fundos que investem nos Estados Unidos, com um desempenho positivo de 17,46%. Essa alta está ligada ao setor de tecnologia – o índice Nasdaq 100, no período, tem alta de mais de 30%.

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As ações que têm sido destaque nas últimas semanas estão ligadas ao setor de tecnologia, como os papéis da Apple, Microsoft e Nvidia.

Para a XP, são três os fatores que explicam esse desempenho: o fechamento de posições vendidas e aumento das exposições a ações de gestores de fundo; expectativas de fim de ciclo de alta de juros pelo Fed; e o aumento da liquidez no sistema financeiro devido à diminuição do estoque de operações de reverse repos, que são uma espécie de operação compromissada.

No mês de junho, no entanto, os fundos focados em mercados emergentes – carteiras que investem apenas em papéis de renda variável de empresas da região – deram uma arrancada. Eles avançaram 4,78% até o dia 14, e acumulam no ano um rendimento de 6,42%.

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“A performance desses fundos foi puxada por expectativas crescentes de um pico no aperto monetário do Fed e de um pacote de estímulo mais amplo na China”, de acordo com o relatório.

Ainda assim, os fundos americanos ganharam mais: 5,05% no mês. O que faz as ações subirem é o fato dos agentes do mercado acreditarem que mesmo que os Estados Unidos encarem uma recessão, ela será leve – ou seja, um soft land (pouso suave).

“O mercado tem interpretado que mesmo com a taxa de juros em território restritivo e sinalização de possibilidade de aumento adicional de 0,5 pp até o final do ciclo, os Estados Unidos devem enfrentar recessão leve que não deve ser traduzida em compressão de múltiplos das empresas listadas”, explica o relatório.

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Atualmente, a taxa de juros nos Estados Unidos está na faixa entre 5% e 5,25% ao ano.

Para os analistas da XP, o recuo da cotação do dólar no Brasil abre espaço para uma maior diversificação da carteira, com a alocação de parte do patrimônio no exterior. “O movimento recente se justifica por um enfraquecimento do dólar globalmente e uma melhora das perspectivas brasileiras corroborada por dados melhores que o esperado e redução das incertezas na frente fiscal.”