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O CIO da Legacy, Felipe Guerra, disse neste sábado (31), na Expert XP 2024, que os juros no Brasil estão completamente errados e fora do lugar, visto que o cenário aponta para uma inflação de cerca de 5% no ano que vem, bem acima da meta de 3%.
“Tudo aponta para inflação superior a 5%, então acho que está óbvio que o juro está errado e fora do lugar. O desemprego está no low, a economia está acelerando, diferente do cenário externo, e o crédito para PJ está nos níveis de 2021, quando os juros eram de 2%”, falou.
Os setores de automóveis e de crédito pessoal, que são sensíveis às taxas, também não estão respondendo aos juros, segundo ele.
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Em julho, o gestor já havia ventilado que, por causa da inflação, o Banco Central deveria preparar o mercado para uma possível alta dos juros na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 17 e 18 de setembro.
Guerra acredita, no entanto, que subir 25 pontos seria um equívoco. “Então acho que deve ser um ciclo acima de 200 pontos, começando por 50”, falou, sinalizando que o mercado vai dizer o tamanho do aumento na primeira reunião, não o BC.
Guerra mencionou também que, se o câmbio continuar no patamar de R$ 5,65 a R$ 5,70, será outro indicativo de que a política monetária nacional está no trilho errado e o “modelo do Banco do Central, a 3,20%, virou uma peça de ficção” e será visto como “folclore e uma bobagem daqui para frente”.
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Comunicação excessiva
No painel, Guerra também criticou a comunicação do Banco Central, reforçando o coro de outros gestores que passaram pela Expert XP. Nos últimos dias, houve discrepâncias nas falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o economista Gabriel Galípolo, indicado como seu sucessor.
“Quando o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) fala, é um evento, você bota na agenda, coloca no seu Outlook e sai um relatório por escrito do que ele se programou para falar e consegue ver o que o presidente do BC falou anteriormente, tudo sublinhado; as palavras usadas são programadas para ser feito daquele jeito”, disse.
“Aqui, às vezes o mesmo diretor do Banco Central fala três vezes no dia, ou o próprio presidente. Então, a comunicação é excessiva, gera uma volatilidade desnecessária e tem uma relutância em reconhecer o cenário atual, o que é inexplicável. Uma hora eles vão acabar tendo que reconhecer por bem ou por mal”, completou.