Juros baixos? Selic é importante, mas é preciso ver no relativo, diz Rodrigo Azevedo

Executivo da Ibiúna diz que Brasil é integrado "comercial e financeiramente" com o mundo, então o que acontece lá fora impacta os mercados domésticos

Estadão Conteúdo

Rodrigo Azevedo, sócio da gestora Ibiúna e ex-diretor do Banco Central (Flavio Santana/Biofoto)
Rodrigo Azevedo, sócio da gestora Ibiúna e ex-diretor do Banco Central (Flavio Santana/Biofoto)

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O sócio, diretor de investimentos (CIO) e gestor da estratégia macro da Ibiuna Investimentos, Rodrigo Azevedo, avalia que descrever a taxa básica de juros brasileira como alta ou baixa depende do que se está olhando no relativo. O executivo destaca que, no momento, em termos de diferencial de juros, o valor está baixo.

“Houve uma alta da inflação global e todo mundo subiu os juros. A nossa taxa subiu mais, mas já está caindo. Os Estados Unidos, que estavam com a taxa de juros baixa há muito tempo, subiram os juros e têm mantido. Mas, por mais que a taxa de juros do Brasil esteja maior que a americana, o diferencial está baixo”, disse Azevedo, durante participação no evento Z Summit, em São Paulo. Ele acrescenta que, historicamente, o Brasil é um país de juro real alto.

O executivo diz que a economia brasileira é integrada “comercial e financeiramente” com o resto do mundo, então o que acontece lá fora impacta os mercados domésticos. “Olhar a taxa Selic é super importante, mas também é importante olhar no relativo. Ter uma visão global é importante”, afirma Azevedo.

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Segundo o gestor, por exemplo, para quem tem investimentos em renda variável, é mais interessante ter neste momento investimentos nos índices americanos – para aproveitar a alta de ações de tecnologia – do que no índice Bovespa. Mesmo na renda fixa, Azevedo diz que um investidor de longo prazo vê mais atratividade nos títulos do Tesouro americano pagando 5,5% em dólar do que uma Selic pagando 10% ao ano.

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