Juro menor sustenta otimismo de investidores brasileiros, mas desemprego preocupa

Pesquisa do braço de gestão de patrimônio do banco suíço UBS aponta que 72% dos grandes investidores no país estão confiantes com economia em 2020

Pedro Ladislau Leite

Fonte: Shutterstock
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SÃO PAULO – Os investidores brasileiros estão confiantes com o ano de 2020. Segundo pesquisa do  UBS Global Wealth Management (GWM), de cerca de 200 participantes com pelo menos US$ 1 milhão, 72% se classificam como otimistas em relação à economia doméstica nos próximos 12 meses. Já os que se consideram neutros são 16%, enquanto os pessimistas totalizam 12%.

O principal motivo de otimismo, destacado por 56% dos investidores, é o nível baixo de juros no país. A Selic, taxa básica de juros, está em 4,5% ao ano, menor patamar da história, e as projeções do relatório Focus estimam ainda mais um corte.

O aumento do investimento privado também é apontado como fator de ânimo, indicado por 55% dos consultados.

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Já entre os riscos, o item que mais desperta preocupação é a taxa de desemprego no país, apontada por 49%. O número de pessoas que buscavam trabalho no trimestre encerrado em novembro do ano passado era de 11,9 milhões, segundo dados da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE.

Outros perigos mencionados foram o enfraquecimento do combate à corrupção e a polarização política, que poderiam afetar a confiança nos negócios.

Otimismo sem fronteiras

O ânimo dos investidores brasileiros se estende também à economia global. Os otimistas chegavam a 68%, mostrando um otimismo acima da média global. Entre os 4.800 investidores, respondentes de 17 países, os que se dizem confiantes com o crescimento global são 60%.

As entrevistas aconteceram de 19 de dezembro de 2019 a 12 de janeiro de 2020, antes portanto de o coronavírus provocar cautela no mercado.

Em relação às próprias finanças, a principal ameça citada entre os brasileiros foi um possível aumento de impostos, citado por 65%. Metade dos consultados afirma que tem contas financeiras no exterior, e 64% dizem pretender migrar mais dinheiro para fora do Brasil.

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Pedro Ladislau Leite

Repórter de investimentos do InfoMoney, cobre os mercados de renda fixa (Tesouro Direto e títulos privados) e de renda variável, acompanhando as movimentações dos principais gestores de fundos no país.