Itaú (ITUB4) ou Itaúsa (ITSA4): qual paga mais dividendos?

A holding tem um dividend yield maior, mas seu desempenho depende da subsidiária

Lucas Gabriel Marins

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Holding ou subsidiária, qual paga mais dividendos? No caso de Itaúsa (ITSA4) e Itaú (ITUB4), a holding leva vantagem, com dividend yield (taxa de retorno com dividendos) maior do que a do banco nos últimos anos e projeção de ganhos com proventos superior para 2025. A liderança da controladora, no entanto, depende da controlada.

A Itaúsa, cujo valor de mercado é de R$ 112 bilhões, é dona de 37% do Itaú, avaliado em R$ 320 bilhões, e distribui 100% dos proventos que recebe do banco, segundo sua política atual de dividendos. Ou seja, quanto mais o Itaú paga, mais é repassado para Itaúsa e, consequentemente, maior o montante redistribuído para acionistas da holding.

Maior “vaca leiteira” de julho, a Itaúsa entregou um dividend yield acumulado de 32,13% para seus investidores entre o início de 2019 e o dia 24 de setembro deste ano, segundo dados levantados pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. O Itaú, no mesmo período, teve uma taxa de retorno de 25,98%.

Veja dividend yield ano a ano e acumulado desde 2019:

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AnoItaúsaItaú
20198,45%7,53%
20205,50%4,11%
20216,84%4,06%
20224,23%4,34%
20235,36%3,70%
2024*5,35%5,70%
Dividend yield acumulado do período32,13%25,98%
Fonte: Quantum Finance
Data de corte: 24/09/24


Uma controladora costuma pagar mais proventos porque tem uma estrutura administrativa mais enxuta na comparação com sua subsidiária, e tem menos necessidade de reinvestir seus lucros em inovações, tecnologia e outras demandas operacionais.

“Isso significa que sua estrutura é de baixo custo, comparado ao seu valor de mercado, permitindo que distribuição de seus lucros seja elevada, além de ser normatizada por regulamentação de holding, e não dos setores das empresas sob seu guarda-chuva”, disse Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital.

Outro ponto que colabora com o pagamento de proventos de uma holding, segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, é o fato de elas terem um portfólio diversificado de empresas.

“A Itaúsa, além de ter percentual no Itaú, tem também Alpargatas (ALPA4), Dexco (DXCO3), CCR (CCRO3), Aegea, entre outras, por isso ela acaba diversificando seus investimentos e boa parte disso é devolvido para o investidor, sem ficar tão dependente de um negócio. Mas é claro que o Itaú está indo super bem também, com um ROI invejável para o tamanho do banco mundialmente”, disse.

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O que esperar do próximo ano?


Em relatório divulgado no final de agosto, o UBS BB estimou que o Itaú deve distribuir R$ 59,5 bilhões em proventos nos próximos 18 meses, sendo R$ 40,8 bilhões sob a forma de dividendos e R$18,7 bilhões via juros sobre capital próprio. Levando em consideração a participação de 37% da Itaúsa, o bolo direcionado à empresa seria de R$ 22 bilhões.

Além disso, os analistas da instituição disseram que é “muito provável” que o banco distribua também juros sobre capital próprio (JCP). Segundo o UBS, o dividend yield projetado para Itaúsa em 2025 é de 11,3%, enquanto do Itaú é de 9,5%. Na semana passada, o Conselho de Administração da holding anunciou pagamento de R$ 500 milhões em JCP para 30 de abril do próximo ano, com data base em 19 de setembro.

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Vento favorável para Itaúsa

Outro fato que pode colaborar com o aumento de pagamentos de dividendos de Itaúsa no futuro é o possível fim da ineficiência fiscal da holding com a reforma tributária, cuja proposta de regulamentação está parada no Senado. Essa ineficiência diz respeito aos impostos pagos pelos proventos recebidos, que giram em torno de R$ 550 milhões por ano.

“Em tese, se a reforma tributária for aprovada conforme está redigida, essa ineficiência tributária terminaria em 2027 (imediatamente, sem qualquer implementação gradual), com isenção de impostos sobre JCP recebidos”, escreveram analistas do BTG Pactual na semana. Eles participaram de reunião com a CFO da Itaúsa, Priscila Grecco.

Além disso, a correção dessa questão com o pagamento de tributos também poderia diminuir o desconto de 22% da holding. Esse desconto se refere a diferença entre seu valor de mercado e o valor dos ativos que compõem seu portfólio.

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O abatimento justo deveria ser “apenas” de 7 a 8%, e não de 22% disse Priscila na reunião, segundo o BTG, o que refletiria apenas essa ineficiência tributária mais os custos gerais e administrativos para manter as operações da holding. A equipe de research do UBS BB tem opinião semelhante.

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