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Os FIIs de shopping encerraram 2023 com retorno médio de 30% – o dobro da média do mercado – e o desempenho consolidou o segmento como queridinho do mercado, aponta relatório do Itaú BBA, que lista os fundos preferidos da instituição financeira.
Os fundos Hedge Brasil Shopping (HGBS11), HSI Malls (HSML11), Vinci Shopping Centers (VISC11) e XP Malls (XPML11) têm recomendação de compra, de acordo com o documento, que responde 10 perguntas para explicar a aposta no segmento de shoppings. Confira as questões:
- Os fundos de investimentos imobiliários terminaram mais um ano com ampla aceleração. O que tem justificado tal performance?
- Por que houve tanta demanda por essas emissões?
- Até onde vai este movimento de expansão?
- O que é preciso analisar antes de comprar um FII de shopping?
- Devemos ver alguma desaceleração no segmento de shoppings ou seguiremos com a firme resiliência?
- Como a queda na taxa de juros e inflação baixa podem ser benéficas para FIIs de shoppings?
- De que forma o Brasil pode se beneficiar em relação ao segmento de shoppings nos Estados Unidos?
- Quais riscos o investidor deve ficar atento ao investir em um FII de shopping?
- Como estão as questões de vacância e inadimplência neste segmento?
- Quais são as nossas preferências? Ainda vale a pena investir neste momento?
Os fundos de investimentos imobiliários terminaram mais um ano com ampla aceleração. O que tem justificado tal performance?
Após a pandemia da Covid-19, houve um bom desempenho do setor em 2022 e 2023, explica Larissa Nappo, analista do Itaú BBA que assina o relatório. “Os fundos iniciaram então um movimento de novas emissões e captaram mais de R$ 1 bilhão no ano passado, tornando o segmento bastante aquecido”, detalha.
Por que houve tanta demanda por essas emissões?
Os resultados operacionais dos shoppings têm melhorado desde 2022, com melhoras a cada mês na comparação anual. Os indicadores pré-pandemia já foram todos superados e houve aumento de dividend yield (taxa de retorno com dividendos).
Até onde vai este movimento de expansão?
De acordo com o relatório, talvez não ocorra a mesma expansão que observada no segmento nos dois últimos anos, com vendas crescendo substancialmente em relação ao ano anterior, mas o setor ainda deve continuar crescendo dado o cenário de queda de juros e baixa inflação – que estimulam o consumo das famílias.
O que é preciso analisar antes de comprar um FII de shopping?
Em primeiro lugar, a analista do Itaú orienta atenção com a gestão do fundo. Em segundo, avaliar a composição e qualidade do portfólio e, por fim, verificar indicadores da carteira.
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Devemos ver alguma desaceleração no segmento de shoppings ou seguiremos com a firme resiliência?
Para 2024, o crescimento deve continuar, mas talvez de forma mais tímida, já que a base de comparação vai ser mais forte, pondera o documento.
Como a queda na taxa de juros e inflação baixa podem ser benéficas para FIIs de shoppings?
Com a queda de juros e a inflação mais baixa, a dívida dos fundos fica mais barata, ou seja, a linha de despesa financeira do fundo diminui. Para novas dívidas é a mesma coisa, pois o fundo consegue estruturar uma dívida com um custo mais baixo.
De que forma o Brasil pode se beneficiar em relação ao segmento de shoppings nos Estados Unidos?
Larissa compara os dois mercados. Nos Estados Unidos, o setor tem como principal foco as compras e, por isso, perdeu muita força com o e-commerce. Aqui, o shopping tem oferta de serviços, gastronomia e lazer – tudo em um ambiente de maior segurança. “O comércio eletrônico também cresceu muito no Brasil com a pandemia, mas os shoppings seguem bem aquecidos”, reforça.
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Quais riscos o investidor deve ficar atento ao investir em um FII de shopping?
São cinco os principais riscos, de acordo com Larissa.
- Vacância – um lojista grande pode sair do shopping e, com isso, baixar a receita mensal.
- Risco de mercado – já que é um ativo de renda variável.
- Risco de liquidez – quanto o fundo negocia por dia.
- Risco macroeconômico – consumo das famílias e taxas de juros, que podem influenciar nos dados operacionais dos ativos do fundo.
- Risco de crédito – esse é diversificável, mas pode acontecer em casos pontuais, como foi a pandemia, afetando a inadimplência.
Como estão as questões de vacância e inadimplência neste segmento?
A inadimplência do segmento – que chegou a 46% no ápice da pandemia da Covid-19 – está hoje abaixo de dois dígitos. No caso da vacância, o relatório do Itaú cita uma taxa na casa dos 6% – considerando os cinco fundos que monitora.
Quais são as nossas preferências? Ainda vale a pena investir neste momento?
Na visão de Larissa, ainda vale a pena investir no setor tanto que a própria analista aumentou a exposição ao segmento na carteira recomendada do Itaú BBA. “Em resumo, gostamos do HSML11 pelo controle do portfólio e do XPML11 pela qualidade dos ativos”, finaliza.