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SÃO PAULO – Um dos maiores investidores individuais em ações da Bolsa brasileira, Luiz Barsi tem aproveitado a queda recente das ações da resseguradora IRB Brasil para comprar mais dos papéis da empresa. Em 2021, até 19 de agosto, as ações têm desvalorização de 37,5%, ante a queda de 1,6% do Ibovespa no mesmo intervalo.
Nesta semana, Guilherme Aché, sócio fundador da Squadra Investimentos, gestora com cerca de R$ 14 bilhões sob gestão, que ficou conhecido como o responsável por desvendar as inconsistências nos demonstrativos financeiros da empresa de resseguros, disse seguir com posições vendidas (que ganham com a queda) nas ações IRBR3. “Duvido que o Luiz Barsi conheça a IRB na profundidade que a gente conhece”, afirmou Aché, que antes de fundar a gestora foi chefe da área de análise de empresas do Banco Pactual e sócio fundador da JGP.
Barsi, por sua vez, que em julho informou ter montado um posição próxima de 1,5% do capital social da resseguradora, credita o investimento que carrega hoje em IRB justamente ao trabalho conduzido pela Squadra. A gestora desvendou os erros que vinham sendo cometidos por gestões passadas e que foi o que permitiu à companhia tomar desde então um novo rumo, aponta o investidor.
“Até gostaria de fazer um agradecimento público ao Guilherme Aché por ter desvendado esse negócio bom pra gente”, disse o investidor, em entrevista ao InfoMoney nesta sexta-feira (20).
Barsi acrescentou, contudo, que enxerga uma diferença importante entre sua abordagem de mercado em relação à do gestor da Squadra, que é o horizonte de investimento. “A lente do meu binóculo é muito mais potente do que a dele. Ele olha para o agora, eu já estou mirando uma situação bem mais distante”, afirmou.
Diferentemente de Aché, o investidor disse que enxerga as ações do IRB em níveis “extremamente atrativos”. “Tenho comprado e vou continuar comprando IRB, por enxergar como uma excelente oportunidade”, afirmou Barsi.
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Em sua avaliação, caso a empresa estivesse mesmo em uma situação tão delicada como parte do mercado tem apregoado, dificilmente teria capacidade para aprovar a distribuição de dividendos anunciada junto com o resultado trimestral.
Na última terça (17), a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 207 milhões no segundo trimestre de 2021, redução de quase 70% em comparação com as perdas de R$ 656 milhões no mesmo intervalo de 2020. A empresa anunciou também o pagamento de R$ 27,2 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP).
Barsi afirmou ainda que vê no IRB o mesmo potencial de valorização de outras ações que geraram resultados polpudos para o portfólio nos últimos tempos, e, em muitas das vezes, também desacreditadas pelo mercado quando foram adquiridas. Suzano e Braskem foram casos lembrados pelo investidor.
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A maior parte do mercado mantém, de fato, uma visão mais cautelosa em relação à resseguradora. Segundo compilação feita pela plataforma Refinitiv, quatro casas de análise, bancos e corretoras recomendam a venda da ação, e duas, sua manutenção, contra apenas uma indicação de compra, da Eleven. Apesar disso, o preço-alvo consolidado aponta para um valor de R$ 7,18 para os papéis da empresa em 12 meses, alta de 40,5% ante o fechamento de ontem (19).
Boas oportunidades na Bolsa
Barsi assinalou ainda enxergar hoje diversas outras ações na Bolsa com preços bastante convidativos.
“Estou enxergando a Bolsa como uma fonte inesgotável de oportunidades”, afirmou, apontando ações das empresas Cosan, BR Distribuidora, Banco do Brasil, Alliar e Transmissão Paulista entre os ativos que vê com bom potencial de valorização no longo prazo.
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Sobre os riscos no radar, Barsi pontuou que, com o avanço da vacinação, não vê grandes pontos de maior preocupação à frente. “A crise política vai ter o seu período de gestação, mas uma hora qualquer a crise passa e a Bolsa volta a reluzir.”
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