IPCA+8% vem aí? Taxas do Tesouro Direto têm forte alta após Focus apontar Selic a 14%

Remunerações disparam em todos os vencimentos, com destaque para os papéis de curto prazo, em nova onda de desvalorização de títulos que já estão nas carteiras dos investidores

Equipe InfoMoney

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Após recuo que deu esperança a investidores na semana passada, as taxas dos títulos públicos voltam a operar em forte alta e registram novas máximas nesta segunda-feira (16), após analistas ouvidos pelo boletim Focus do Banco Central revisarem para cima suas projeções para o dólar, o IPCA, o PIB e a Selic no ano que vem.

Destaque novamente para os papéis de curto prazo do Tesouro Direto, com o prefixado para 2027 rompendo de vez o patamar de 15% de juros anuais, a 15,34%, e o título de inflação com vencimento em 2029 pagando 7,73% ao ano de juro real.

A tendência de alta nas taxas acelerou em novembro, após o anúncio das medidas fiscais pelo governo, encaradas pelo mercado como insuficientes, em conjunto com a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, considerada fora de hora.

Na semana passada, o movimento se intensificou após comunicado duro do Comitê de Política Monetária do BC (Copom), que decidiu acelerar o ritmo de altas da Selic e sinalizar mais dois aumentos de 1 ponto percentual; e depois da divulgação do IBC-Br, a “prévia do PIB”, que registrou avanço de 0,1% em outubro ante o mês anterior, acima do projetado por analistas, aumentando expectativas por inflação mais alta e, consequentemente, maiores juros.

Nesta segunda-feira (16), analistas que participaram da pesquisa Focus do BC confirmaram a tendência e passaram a ver a taxa básica de juros ao fim do próximo ano em 14%, contra mediana de 13,50% na semana anterior.

Todos os papeis do Tesouro Direto reagem com avanços nas taxas, para além dos de prazo mais curto. O Tesouro IPCA+ 2031, por exemplo, se aproxima do nível de 15%, e já paga 14,88% ao ano. Já os papéis do Tesouro IPCA+ que vencem em 2035 (incluindo o com juros semestrais) e em 2055 rompem, pela primeira vez no ano, o patamar de 7% de remuneração no componente prefixado.

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É importante lembrar que, em meio a taxas recordes, títulos comprados com remunerações menores passam a valer menos no mercado, potencialmente penalizando o investidor que desejar sair da aplicação antes do vencimento. Mesmo sem vendê-los, no entanto, esse comportamento deverá ser refletido na visualização dos ganhos da carteira, pois as corretoras mostram os preços dos papéis com atualização diária (marcação a mercado).

Confira as taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto nesta segunda-feira (16) às 11h57:

(Fonte: Tesouro Direto)