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A busca pela redução no consumo de combustíveis fósseis e o investimento em energia limpa têm ganhado cada vez mais espaço no mercado financeiro global. A transição energética tem trazido uma série de desafios, mas estar bem posicionado diante da mudança pode ser uma boa oportunidade de investimento.
O tema foi destaque do painel sobre commodities do Onde Investir 2022, evento online promovido pelo InfoMoney, em parceria com a XP Investimentos. O debate contou com a participação de Sylvio Castro, sócio-fundador da Grimper Capital, Ylan Adler, gestor de commodities da SPX Capital, e Ruy Alves, gestor de global macro da Kinea.
Em 2021, o Índice de Commodities do Banco Central (IC-BR) registrou aumento de 50,7%. No ano anterior, o indicador já havia subido quase 29%.
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De acordo com a autoridade monetária, o segmento que mais subiu no IC-BR no ano passado foi o de Energia, com alta de 73,89%. Se depender da expectativa de gestores, o recurso seguirá a tendência de alta.
“A energia vai custar mais e eu não sei de onde ela virá”, afirma Alves. “Mas você quer investir? compra energia. Você será bem recompensado por isso”, prevê.
O gestor da Kinea manifesta preocupação com a condução da transição energética que, aliada às consequências da pandemia, tem gerado interrupções na cadeia de suprimentos, escassez de energia e preços em alta.
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“Não podemos limitar a oferta. Temos de agir na demanda. Se limitar a oferta e diz que não investe em petróleo, e a demanda está ali presente, alguém vai pagar por isso”, alerta o gestor, que faz referência ao estabelecimento de limites para a produção do petróleo.
Alves lembra que não se faz nada que não seja por meio de energia. Segundo ele, qualquer processo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global é feito de modo energético. Limitar a oferta do recurso traria consequências em termos de alimentação, segurança e qualquer outra atividade do dia a dia, pontua.
“Eu não sei o que vai alimentar o mundo nos próximos três ou quatro anos. O que eu sei é que a energia veio fácil com o carvão da China e o petróleo nos Estados Unidos e agora virá difícil porque resolvemos atacar a oferta e não a demanda”, alerta
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Diante do cenário, Alves prevê que o barril do petróleo, hoje cotado na casa dos US$ 80,00, chegará ao patamar dos US$ 100,00 ou US$ 120 em algum momento.
Commodities metálicas também estão no radar
Na avaliação de Adler, da SPX Capital, a parte de commodities metálicas é um componente fundamental para a transição energética em discussão e vê oportunidades principalmente em cobre e alumínio.
“Nós não vamos conseguir entregar todas as metas de transição energética sem gerar preços mais altos de commodities metálicas”, projeta.
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No curto prazo, o gestor “aposta” no alumínio, material presente cada vez mais, por exemplo, na indústria dos veículos elétricos.
“O alumínio sozinho consome quase 10% da energia total da China. É uma commodity que a gente já enxerga entrando em déficit estrutural este ano”, aponta.
Para o médio prazo, Adler mantém o cobre no radar e diz que a produção do metal até o próximo ano está sob controle. Segundo ele, o cenário deve mudar a partir da segunda metade da década com um déficit pesado do material.
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“A demanda de cobre entre 2020 e 2030 deve subir na ordem de cinco a seis vezes”, calcula o gestor. “Se a gente fizer uma comparação simples, um carro a gasolina consome em torno de 20 quilos de cobre e um carro elétrico consome quatro vezes mais”, aponta.
Como investir em commodities
O investidor pessoa física que deseja se posicionar em commodities tem hoje pelo menos três formas para realizar o investimento.
Segundo Castro, da Grimper Capital, a forma mais simples de investir em commodities é comprar ações de empresas produtoras listadas em bolsa, tanto no Brasil como no exterior. As opções vão de companhias de siderurgia a mineração, passando por óleo e gás e agrícola.
Atualmente, o investimento em commodities também está disponível por meio dos ETFs (Exchange Traded Funds), os fundos de índices. “Você tem praticamente um ETF para cada commodity ou também é possível comprar um ETF que represente uma cesta de commodities”, explica Castro.
A terceira forma de investir em commodities e a mais tradicional seria via mercado futuro, opção mais acessível no exterior.
Independentemente de como realizar o investimento, Castro recomenda paciência e sangue frio ao investidor que deseja aplicar recursos em commodities.
“As commodities respondem pela oferta e demanda de curto prazo. Se sair um dado de estoque de petróleo mais alto na semana que vem, a cotação pode cair 5% e será a coisa mais normal do mundo”, detalha.
Assim como em todo investimento, o gestor também sugere diversificação para quem planeja investir em commodities. “É melhor ter uma carteira diversificada com bons produtores que não estejam alavancados”, finaliza.
Com painéis diários e nome renomados do mercado financeiro, o Onde Investir 2022 seguirá até o dia primeiro de fevereiro. Você confere aqui todas as atrações já realizadas pelo evento. Já a programação completa está disponível no site do InfoMoney.
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