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SÃO PAULO – Neste sábado, 1º de maio, a atenção dos grandes investidores globais estará quase toda voltada para o aguardado encontro anual da Berkshire Hathaway, conglomerado fundado em 1965 pelo megainvestidor americano Warren Buffett.
Com início previsto para as 13h30, no horário de Brasília, e com transmissão pelo Yahoo Finance, pelo segundo ano, o evento será realizado 100% de forma virtual, por conta das medidas de isolamento social que ainda se fazem presentes por conta da pandemia.
Normalmente, milhares de investidores se reúnem na pequena cidade americana no Estado do Nebraska, que rendeu ao maior expoente da filosofia do “value investing” o apelido de “oráculo de Omaha”, em um evento que já ficou conhecido no mercado como a “Woodstock para os capitalistas”.
Em 2019, cerca de 40 mil aficionados estiveram presentes para acompanhar os prognósticos do experiente investidor de 90 anos para a economia e os mercados.
Entre os temas que mais devem chamar a atenção do mercado no evento deste ano, que deve durar cerca de 3,5 horas, destaque para os novos investimentos no radar da Berkshire, bem como eventuais reduções de participação ou vendas no portfólio.
Em fevereiro, quando divulgou o relatório do quarto trimestre de 2020, entre as principais movimentações realizadas por Buffett, estiveram a redução da posição na Apple, além de investimentos na petroleira Chevron e na empresa de telecomunicações Verizon. A Berkshire também informou na ocasião que se desfez de sua participação no maior banco americano, o JPMorgan.
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Sucessão e pandemia no radar
O encontro de 2021 será marcado também pela volta da participação de Charlie Munger, de 97 anos, vice-presidente da Berkshire desde 1978.
Dado o avanço da idade dos principais responsáveis pelo sucesso do negócio até aqui, quaisquer sinalizações sobre a sucessão na Berkshire também são um ponto no radar dos investidores.
Segundo a Reuters, os outros vice-presidentes, Greg Abel e Ajit Jain, que também estarão disponíveis para responder perguntas, são os principais candidatos à sucessão de Buffett como presidente-executivo da Berkshire.
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As perspectivas esperadas para o desempenho da economia americana após a pandemia certamente também estarão entre os temas abordados pelo megainvestidor. Na carta anual divulgada no fim de fevereiro, Buffett escreveu: “nunca aposte contra os Estados Unidos.”
O documento mostrou ainda que negócios como o da seguradora de automóveis Geico ou da companhia ferroviária BNSF, bem como a Apple, demonstraram resiliência na crise e contribuíram para o crescimento de 23% dos resultados financeiros da Berkshire em 2020.
Além disso, no ano passado, o conglomerado recomprou um valor recorde de US$ 25 bilhões em ações de sua emissão no mercado, em uma sinalização de que Buffett não concordava com o desempenho das ações. No acumulado de 2021, as ações da Berkshire sobem cerca de 17%, até 29 de abril.
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Na GeoCapital, gestora focada exclusivamente na estratégia de investimentos em ações no exterior, a abordagem diversificada e complementar dos negócios sob o guarda-chuva da Berkshire faz das ações do grupo uma das maiores convicções hoje no portfólio dos fundos.
“Vemos uma combinação de negócios não listados muito resilientes e bem geridos, que geram bastante caixa, principalmente da atividade seguradora, com uma alocação em empresas listadas de alta qualidade compradas a preços racionais”, afirma o gestor Arthur Siqueira.
Estimativas do mercado dão conta de que, no mês passado, a riqueza do chairman da Berkshire Hathaway havia saltado para US$ 100,4 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Isso tornou Buffett o sexto membro do clube de US$ 100 bilhões, um grupo que inclui Jeff Bezos, Elon Musk e seu amigo Bill Gates.