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A elevação dos juros nos últimos 18 meses está fazendo a alegria dos investidores de renda fixa, que voltaram a ter acesso a retornos graúdos em aplicações que exigem menos trabalho.
E isso deve durar no mínimo mais alguns meses. A Selic foi mantida em 13,75% ao ano nesta semana, e o Banco Central deu indícios de que a taxa básica de juros permanecerá nesse patamar ainda por um tempo.
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Mas até quanto é possível ganhar no cenário atual, realizando investimentos em ativos bancários, como os CDBs? A dúvida enviada pelo leitor Leandro ao InfoMoney tem a ver com isso. Ele e os outros assinantes da nossa newsletter diária receberam a resposta na última edição do InfoMoney Responde. Confira:
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- Vendi um imóvel e recebi R$ 4 milhões. Qual investimento bancário pagaria cerca de 2% ao mês, com liquidez mensal?
Leandro G.
O resultado de um investimento é produto de uma equação que envolve vários aspectos – rentabilidade, prazo, liquidez e nível de risco são alguns deles.
E como diz o velho bordão do mercado financeiro, não existe almoço grátis. Para obter mais vantagens em um desses aspectos (a rentabilidade, por exemplo) é preciso encarar desvantagens em outro (como o nível de risco ou a liquidez).
Atualmente, uma aplicação com rendimento igual a 100% dos juros básicos da economia oferece algo como 1,08% ao mês, dado que a Selic estacionou em 13,75% ao ano. É mais ou menos isso o que pagam os títulos públicos Tesouro Selic, considerados aplicações das mais seguras do mercado.
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Um detalhe: esse rendimento é bruto. Dele é preciso deduzir taxa de custódia (cobrada semestralmente pela B3), taxa de administração (cobrada por algumas corretoras) e Imposto de Renda (com alíquotas entre 15% e 22,5% sobre a rentabilidade). Sobra, portanto, um pouco menos.
Investimentos bancários, como CDBs, costumam oferecer retornos como percentual da taxa do CDI, indicador de referência para aplicações de renda fixa que acompanha de perto as variações da Selic.
Supondo que o CDI se igualasse à Selic atual e se mantivesse estático nos próximos meses, seria preciso encontrar um CDB com rendimento na casa dos 190% do CDI para que seu resultado fosse equivalente a 2% ao mês. Mais uma vez, ganhos brutos, dos quais ainda seria preciso deduzir impostos e eventuais outros custos.
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A taxa bruta mais alta entre os CDBs oferecidos no mercado na quinzena entre os dias 12 e 27 de setembro era de 118,8% do CDI, em um papel com vencimento acima de três anos. O levantamento, publicado pelo InfoMoney, é da Quantum Finance.
“É difícil encontrar essa rentabilidade em investimentos bancários. Mesmo em caso de não ser banco de primeira linha, desconheço essa opção de taxa com liquidez mensal”, diz Patricia Palomo, head de investimentos da Unicred do Brasil.
Em geral, os papéis bancários de melhor rentabilidade só têm liquidez no vencimento – ou seja, a aplicação só pode ser resgatada nesta data, e não em base mensal, como é o desejo do leitor.
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Outras classes de ativos podem oferecer rendimentos maiores, mas envolvem, é claro, um nível de risco mais elevado também. Os fundos imobiliários, por exemplo, pagam mensalmente rendimentos que são isentos de Imposto de Renda. Ainda assim, dificilmente alcançam 2% mensais.
Em agosto, por exemplo, dos FIIs que compõem o índice Ifix, o retorno com dividendos mais elevado foi de 1,54% no mês. O dado consta em levantamento realizado e publicado pelo InfoMoney.
(É importante lembrar que, paralelamente aos rendimentos mensais, os fundos imobiliários são ativos de renda variável negociados na Bolsa e, portanto, podem desvalorizar.)
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Na visão de Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos, o leitor deveria considerar alguns pontos antes de buscar um investimento com uma expectativa de rentabilidade tão específica.
“O leitor está trocando um ativo considerado bastante conservador, que é um imóvel, por outro tendo como única preocupação a rentabilidade”, diz. “É preciso levar em conta aspectos importantíssimos, como o prazo do portfólio, o nível de risco do cliente, seus objetivos, e por aí vai”.
Focar apenas na rentabilidade – e em uma rentabilidade que, como se vê, está acima do que é usual em ativos bancários – pode induzir o investidor a “tomar risco muito maior do que o razoável e em descompasso com o seu perfil”, diz Morelli.
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