Inflação acelerou? Veja FIIs até 99% expostos ao IPCA para driblar aumento de preços

Fundos imobiliários de recebíveis são alternativa de proteção contra aumento da inflação, que voltou a acelerar em setembro

Wellington Carvalho

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou 0,44% em setembro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo IBGE. Com portfólio até 99% exposto ao indicador, os fundos imobiliários de “papel” surgem como opção para quem quer se proteger do aumento da inflação.

Isso porque essa classe de ativo investe em títulos como o CRI (certificado de recebíveis imobiliários), instrumento usado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado. Em geral, o papel oferece um rendimento prefixado mais a correção monetária, que normalmente é a taxa do CDI ou o IPCA.

Desta forma, quando o indexador do título cai, a receita do fundo encolhe e o dividendo distribuído aos cotistas pode ser reduzido. Em momentos de alta, porém, a receita do fundo sobe – e essa diferença também pode influenciar nos dividendos pagos aos investidores.

Atualmente, o fundo Valora IP (VGIP11) encabeça a lista dos FIIs de “papel” mais expostos ao índice oficial de inflação, de acordo com levantamento feito pelo InfoMoney. Confira a lista dos dez FIIs cujos portfólios estão mais indexados ao IPCA.

De acordo com o último relatório Focus, do Banco Central, a estimativa do IPCA para 2024 subiu de 4,37% para 4,38%. A previsão para a inflação de 2025 continuou em 3,97%. A projeção para 2026 ficou nos mesmos 3,60%, enquanto para 2027, a estimativa continua em 3,50% há 66 semanas.

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É a hora de investir em FIIs de “papel” expostos ao IPCA?

Danilo Bastos, analista da Ticker Research, lembra que os fundos imobiliários devem ser uma fatia do portfólio diversificado do investidor, especialmente o focado no longo prazo. Desta forma, ele recomenda parcimônia nestes momentos de variações de indicadores como o IPCA.

“Eventos de curto prazo como alteração nos índices de inflação ou CDI, que acontecerão inúmeras vezes ao longo do tempo, não devem alterar a estratégia do investidor”, orienta.

Ele lembra, inclusive, que o IPCA de agosto veio negativo – o que pode influenciar no rendimento futuro dos fundos expostos ao indicador.

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“Sim, é possível uma leve redução na distribuição dos FIIs de recebíveis mais expostos ao IPCA e esse impacto na distribuição leva, em média, entre dois e três meses”, confirma. “Mas vale lembrar também que alguns FIIs possuem reservas e, nesse caso, os gestores podem manter o mesmo patamar de distribuição”, observa.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.