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Índice de BDR deu lavada no Ibovespa no semestre; Kinea indica olhar com atenção  

A combinação da alta das bolsas americanas com a subida do dólar fez o BDRX subir 40%, uma performance relevante para diversificação, segundo a gestora

Monique Lima

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De junho para cá, o Ibovespa tem seguido uma tendência de recuperação das perdas acumuladas no ano — que não foram poucas. Dos 119 mil pontos da mínima, voltou para os 128 mil. Porém, antes de apostar todas as fichas no mercado brasileiro de novo, a Kinea sugere que o investidor olhe o que o fluxo estrangeiro pode ensinar.  

No acumulado do ano, o investidor estrangeiro tirou R$ 43,2 bilhões da Bolsa brasileira, um volume que representa quase a totalidade do que inseriu em 2023. Algo muito representativo para o mercado brasileiro de renda variável, já que os estrangeiros representam 55% do volume médio diário negociado e 37% do estoque de custódia.  

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Isso significa que o investidor estrangeiro perdeu interesse nas ações do Brasil? Não, segundo a carta trimestral do time de renda variável da Kinea, divulgada nesta sexta-feira (12). Porém, a gestora sugere que o carrego estrangeiro no Brasil está focado “naquilo que talvez seja a vocação do nosso mercado: nomes de valor”.  

Na Bolsa brasileira, esses nomes estão extremamente associados a mercados específicos, como commodities e bancos.  

A gestora afirma que o Brasil teve bons anos de retorno no período recente. Entre 2016 e 2019, após o país sair de uma crise econômica, o MSCI Brazil entregou um retorno de 166%, enquanto o S&P 500 não passou de 70%. Estendendo a análise para o fim de 2023, os índices se equivalem em cerca de 170% de retorno total.  

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Porém, 2024 tem jogado os números das ações brasileiras lá embaixo, em uma comparação que destoa de outros mercados emergentes em comparação com a referência americana.  

Fonte: Carta trimestral Kinea – julho/2024

“O que espanta mesmo é o movimento errático do fluxo estrangeiro, de entrada e saída na nossa bolsa, possivelmente indicando incerteza e angústia – seja pela falta de visibilidade de controle fiscal por parte do governo brasileiro, seja por uma oferta de retorno ajustado a risco mais atrativo em mercados desenvolvidos ou ainda por simples falta de temas de investimento modernos e interessantes.” 

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A estratégia da gestora para corrigir essas perdas tem sido o aumento da diversificação internacional. Enquanto o Ibovespa decepcionou nos primeiros seis meses do ano, o índice de BDRs da B3 (BDRX) disparou sem nenhum par no encalço no mesmo período: o avanço entre janeiro e junho foi de 41,07%.  

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“A busca pela diversificação é, principalmente, uma busca por temas de investimento que não temos como nos posicionar somente através das pouco mais de 100 empresas com razoável liquidez na bolsa brasileira”, diz a carta.  

Os gestores indicam que tem olhado para temas como energia elétrica nos EUA, indústria aeroespacial global, inteligência artificial e o novo mercado de emagrecimento.  

Fonte: Carta trimestral Kinea – julho/2024

“Esses temas também estão presentes no nosso cotidiano, aqui mesmo no Brasil, mas infelizmente não temos como surfá-los através da B3”, escreve a Kinea. “Estar expostos a eles, com diligência e disciplina, é até mesmo uma forma de gestão de risco.”  

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No Brasil, estima-se que a alocação em ações no exterior seja de menos de 10%, o que limita os ganhos dos investidores e aumenta o risco de suas carteiras. Esse comportamento está associado a um viés de familiaridade, segundo a Kinea, que leva as pessoas a adotar uma confiança excessiva nas perspectivas econômicas domésticas e aversão ao risco percebido nos mercados estrangeiros.  

Seguindo a determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de exposição limitada a 20% em ações internacionais em fundos exclusivos de ações, o Kinea Gama conseguiu um retorno bastante superior ao Ibovespa desde o seu lançamento, em dezembro de 2019. O fundo acumula retorno de 32,39%, enquanto o Ibovespa rendeu 9,38% no mesmo período.  

Veja as três principais apostas internacionais da gestora: