Indenização ao FII HGRU11 por área desocupada em imóvel tem redução de 9%, para R$ 6,9 milhões; Ifix fecha em queda

E mais: 10 FIIs que mais podem se beneficiar atual nível da Selic; gestores do ZAVI11 e do RBRX11 abrem mão de parte das taxas administrativas dos fundos

Wellington Carvalho

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O FII CSHG Renda Urbana (HGRU11) confirmou ao mercado que receberá cerca de R$ 6,9 milhões de renda mínima garantida (RGM) referente ao Dutra 107, complexo comercial adquirido pelo fundo na cidade de Taubaté, no estado de São Paulo.

O valor é menor do que o montante de R$ 7,6 milhões anunciado em fato relevante divulgado pela carteira em dezembro de 2022 – quando confirmou a conclusão do negócio, de R$ 73 milhões.

A RGM é uma indenização paga pelos vendedores do imóvel ao fundo para compensar descontos concedidos a locatários e pela inexistência de receitas da área desocupada do complexo comercial. O valor será quitado em seis parcelas e reduzido na medida em que a taxa de vacância do complexo seja diminuída.

O Dutra 107 conta com 21 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e abriga atualmente dez locatários. Entre os inquilinos estão nomes como Mobly, Leroy Merlin, Cobasi e OpenBox2. A taxa de vacância do espaço é de 21,4%.

Na conclusão da transação, o HGRU11 o valor total dos aluguéis vigentes era de R$ 522 mil, equivalente a R$ 30,95 por metro quadrado. O fundo estimava um acréscimo na receita mensal da carteira equivalente a R$ 0,04 por cota.

Com uma ABL de 417 mil metros quadrados, o CSHG Renda Urbana investe em imóveis comerciais e está incluído na categoria de fundos de renda urbana. A carteira estava na lista dos FIIs mais recomendados de janeiro.

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Com patrimônio líquido de R$ 1,5 bilhões, o fundo tem um portfólio com mais de 100 imóveis, distribuídos em sete estados. Entre os inquilinos, estão empresas como Ibmec, Estácio, Big, Sam’s Club, Pernambucanas e Assaí.

Na próxima semana, o HGRU11  distribuirá R$ 0,82 por cota, montante equivalente a um retorno com dividendos mensal de 0,69%.

Ifix hoje

Na sessão desta segunda-feira (6), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou em queda de 0,16%, aos 2.811 pontos. Confira os demais destaques do dia.

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Maiores altas desta segunda-feira (6):

Ticker Nome Setor Variação (%)
BRCO11 Bresco Logística Logística 2,59
XPCI11 XP Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. 2,32
MCHF11 Mauá Capital Hedge Fund Títulos e Val. Mob. 1,5
GGRC11 GGR Covepi Renda Logística 1,48
VIUR11 Vinci Imóveis Urbanos Renda Urbana 1,48

Maiores baixas desta segunda-feira (6):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas -3,81
MORE11 More Real Estate FoF -3,42
VSLH11 Versalhes Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -3,35
LGCP11 LOGCP Inter Logística -2,47
VILG11 Vinci Logística Logística -2,46

Fonte: B3

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Gestores do ZAVI11 e do RBRX11 abrem mão de parte das taxas administrativas dos fundos

Os gestores do FII Zavit Real Estate renunciaram a 50% da taxa de gestão que o fundo teria direito no primeiro semestre de 2023, confirma fato relevante divulgado pela carteira.

Segundo o documento, a decisão foi motivada pela rescisão parcial do acordo para a compra de três imóveis do também fundo imobiliário GGR Covepi (GGRC11).

A transação, iniciada em agosto do ano passado, previa a compra de um imóvel localizado na cidade de Colombo (PR), que está locado para a Drogaria Nissei, e outro em Guarulhos (SP), alugado para a Copobras Indústria e Comércio de Embalagens.

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O ZAVI11 também se comprometeu a comprar 21% de um galpão logístico em Anápolis (GO), atualmente locado para a Companhia Hering, mas a aquisição da fração acabou não avançando.

“Levando em conta que, com o distrato do ativo Hering e consequente devolução do sinal pago ao vendedor, o fundo permanecerá com reserva de caixa superior ao projetado até realizar novas aquisições”, explica fato relevante divulgado pela gestão do FII Zavit Real Estate, que viu espaço para abrir mão de metade da taxa que teria direito no atual semestre.

Já a gestão do FII RBR Plus Multiestratégia Real Estate (RBRX11) condicionou o recebimento da taxa de gestão que tem direito ao pagamento de dividendos equivalente a R$ 12 por cota nos últimos 12 meses – contados a partir do encerramento da segunda emissão de cotas do fundo, em julho de 2021.

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“Assim que atingir o valor distribuído supracitado, a superação de tal condição será divulgada ao mercado, nos termos da regulamentação aplicável, por meio de um fato relevante”, promete o time de gestores da carteira.

Adicionalmente, a equipe renunciou à taxa de performance que seria paga no dia 15 de janeiro de 2023 – relativa ao segundo semestre de 2022. O recurso representa um montante de R$ 1,5 milhão, aproximadamente R$ 0,80 por cota.

Giro Imobiliário: 10 FIIs que mais podem se beneficiar atual nível da Selic; projeções para a inflação em 2023 e 2024 voltam a subir

Selic em 13,75%: veja os 10 fundos imobiliários que mais podem se beneficiar dos juros mantidos elevados

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve nesta semana – e pela quarta-vez consecutiva – a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. O indicador serve como referência para o rendimento das aplicações de renda fixa, mas alguns produtos de renda variável também acabam se beneficiando com a taxa nos atuais níveis.

Entre eles estão os fundos imobiliários de “papel”, que investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação ou à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário), que acompanha a variação da Selic.

Mesmo sendo ativos de renda variável, os FIIs de “papel” são vistos como uma alternativa para quem quer capturar a rentabilidade da renda fixa e não abre mão de receber dividendos mensais – uma das principais características dos fundos imobiliários, ou FIIs, como são conhecidos.

Levantamento do InfoMoney listou os FIIs de “papel” mais expostos ao CDI atualmente, ou seja, os fundos que contam com a maior concentração de títulos indexados à taxa no portfólio.

Considerando apenas nos FIIs que compõem o Ifix (índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa), o Kinea Rendimentos Imobiliários encabeça a relação. Hoje, 97% dos títulos da carteira são indexados ao CDI – praticamente a totalidade do patrimônio líquido do fundo. Confira abaixo lista completa.

Boletim Focus: projeções para a inflação em 2023 e 2024 voltam a subir

A tendência de alta nas projeções para a inflação tanto para 2023 quanto para 2024 continua entre os analistas do mercado financeiro. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (6) pelo Relatório Focus, do Banco Central, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano subiu de 5,74% para 5,78%, na oitava alta seguida

A projeção de inflação para 2024 avançou de 3,90% para 3,93% (terceira semana de alta), enquanto a de 2025 ficou nos mesmos 3,50% projetados há uma semana e a de 2026 também permaneceu em 3,50%.

Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA também manteve a expectativa de alta na semana, passando de 8,39% para 8,44%. Há um mês, a projeção estava em 6,79%. Para 2024, subiu de 4,20% para 4,24%. As de 2025 e de 2026 foram mantidas em 3,67% e 3,50%, respectivamente.

A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 12,50% para este ano, mas a de 2024 subiu de 9,50% para 9,75%. A de 2025 avançou de 8,50% para 9,0% e a de 2026 foi mantida em 8,50%.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.