IM responde: como escolher ações para fazer day trade?

Resposta para dúvida de leitor foi enviada na última sexta-feira (26) para assinantes da newsletter do InfoMoney; inscreva-se gratuitamente

Mariana Segala

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A estratégia clássica para investir em ações, conhecida como buy and hold, pressupõe comprar os papéis de uma empresa com potencial de crescimento e mantê-los na carteira ao longo do tempo, lucrando com a distribuição de dividendos e a valorização das cotações. Mas alguns investidores não estão interessados em ganhar sendo “sócios” de uma companhia – e, sim, aproveitando as movimentações diárias das ações.

São os day traders, que realizam operações de day trade. O nome diz tudo: são negociações, com os mesmos papéis, iniciadas e encerradas no mesmo dia. Um day trade pode durar algumas horas ou até mesmo poucos minutos.

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É comum que os investidores façam day trade com ações, embora também seja possível utilizar essa estratégia nos mercados de opções ou contratos futuros. Mas como escolher um papel para operar no curtíssimo prazo?

A dúvida é do leitor José, que escreveu para o InfoMoney – e recebeu a resposta na edição de sexta-feira (26) da newsletter InfoMoney Responde. Confira abaixo:

Existem ações que são melhores do que outras para fazer day trade, seja por setor de atividade da empresa, por valor do papel, por oscilação ou outros fatores?
José R.

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O day trade é um estilo de operação focado em ganhos no curto prazo e, por isso, nem todas as ações são viáveis para essa estratégia. Para renderem bons negócios, os papéis devem apresentar algumas características específicas, segundo o analista gráfico da XP Gilberto Coelho, conhecido como Giba. Ele listou algumas delas a pedido do InfoMoney.

Em primeiro lugar, as ações devem ter boa liquidez, ou seja, um volume elevado de negócios realizados diariamente na Bolsa. Há uma razão prática para isso: como tem o objetivo de encerrar a operação no mesmo pregão em que foi iniciada, o investidor precisa ter certeza de que encontrará alguém interessado em comprá-las. Caso contrário, acabará o dia com um “mico” na mão.

“Gosto das ações que compõem o Ibovespa ou o IBrX-100”, diz Giba. Esses índices reúnem os papéis mais negociados na B3 e servem de referência para grande parte do mercado. Por isso, as ações incluídas neles costumam ser bastante acompanhadas. “Quanto maior for o peso dos papéis na carteira teórica dos índices, melhor”.

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Para fazer day trade, também é importante que as ações apresentem um certo nível de volatilidade. Essa característica, que algumas vezes pode assustar os investidores do buy and hold, é fundamental para as operações de curtíssimo prazo. Afinal, é com as pequenas variações – para cima ou para baixo – que o day trader obtém lucro.

Exatamente por isso, Giba afirma que é importante ficar atento ao noticiário. Ações de empresas que protagonizam notícias de destaque – como resultados, descobertas ou mesmo problemas – costumam reagir aos acontecimentos na Bolsa, gerando oportunidades de negócios. “Elas costumam ter volume de negociação e volatilidade acima da média nessas ocasiões, o que é bom para o day trade“, explica o analista.

Giba sugere ainda procurar papéis cotados entre R$ 10 e R$ 20. “É possível fazer uma administração confortável de risco com uma variação de 1% em cima desse valor”, diz. Ações com valor muito acima disso exigem um desembolso grande de recursos de uma vez, mesmo que seja para operar um lote padrão, de 100 ações. E no caso dos papéis de valor muito baixo, menor que R$ 4 ou R$ 5, variações de poucos centavos podem representar ganhos – ou perdas – desproporcionais.

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O analista afirma que acompanha, diariamente, ações de primeira linha como Petrobras, Vale, Usiminas, Magazine Luiza, entre outros. “Elas possuem muita liquidez, boa volatilidade e também são negociadas no mercado de opções. É mais fácil entrar e sair delas do que tentar acertar com um papel desconhecido”, sugere.

Para conhecer as vantagens e desvantagens, além do passo a passo para começar a operar com essa estratégia, confira o guia do InfoMoney sobre day trade aqui.

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Mariana Segala

Diretora de Redação do InfoMoney