Ifix alcança maior patamar desde fevereiro de 2020; VILG11 é destaque do dia

E mais: Itaú BBA sugere cautela com fundos high yield; lei que criou os FIIs completa 30 anos; projeção para a inflação de 2023 volta a cair

Wellington Carvalho

Publicidade

O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou a sessão desta segunda-feira (5) com alta de 0,26%, aos 3.034 pontos. É o maior nível do indicador desde o pregão do dia 17 de fevereiro de 2020, quando o índice acumulava 3.046 pontos. No ano, o Ifix acumula ganhos de 5,85%.

O FII Vinci Logística (VILG11) encabeçou a lista das maiores altas do dia, subindo 2,7%. Na outra ponta da lista, ficou o RBR Rendimento High Grade (RBRR11), com perdas de 2,1%. Confira os demais destaques do dia:

Maiores altas desta segunda-feira (5):

Continua depois da publicidade

Ticker Nome Setor Variação (%)
VILG11 Vinci Logística Logística 2,74
XPLG11 XP Log Logística 2,49
HSLG11 HSI Logística Logística 2,42
LGCP11 LOGCP Inter Logística 1,91
DEVA11 Devant Títulos e Val. Mob. 1,81

Maiores baixas desta segunda-feira (5):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RBRR11 RBR Rendimento High Grade Títulos e Val. Mob. -2,17
MCHF11 Mauá Capital Hedge Fund Títulos e Val. Mob. -1,84
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -1,3
HGLG11 CSHG Logística Logística -1,3
BARI11 Barigui Títulos e Val. Mob. -1,16

Fonte: B3

Leia também:

Continua depois da publicidade

‘Caiu muito, vamos comprar’ é o que explica alta de até 39% em FIIs ‘high yield’, diz Itaú – que sugere cautela

Considerados de maior risco, os FIIs high yield Devant Recebíveis (DEVA11), Hectare CE (HCTR11), Versalhes RI (VSLH11) e Tordesilhas EI (TORD11) figuraram em maio entre os principais destaques do mercado. O que explicaria o desempenho que, em alguns casos, se aproximou dos 40% no mês?

Na visão do Itaú BBA, não houve ainda uma mudança estrutural desses fundos – que perderam valor na Bolsa no início do ano após a inadimplência em série de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Em relatório assinado pelos analistas Larissa Nappo e Marcelo Potenza, a instituição sugere cautela com as carteiras.

“De fato, o resultado mensal alcançado por esses ativos foi significativo, mas, em nossa opinião, trata-se de uma recuperação de perdas anteriores, num clássico ‘caiu muito, vamos comprar’”, detalha o documento. “Ou seja, não vemos como uma mudança estrutural no fundamento desses fundos, que continuam com risco de crédito alto e uma relação de risco e retorno, a nosso ver, pouco atrativa”, completa o texto.

Continua depois da publicidade

Larissa e Potenza reforçam preferência por fundos de “papel” com perfil high grade – de menor risco. Segundo eles, O cenário de crédito ainda está estressado e novos problemas de inadimplência, assim como o da Gramado Parks, podem aparecer no curto prazo.

Leia também:

Giro Imobiliário: Lei que criou os FIIs completa 30 anos; projeção para a inflação de 2023 volta a cair

Lei que criou os FIIs completa 30 anos; o que vem por aí?

Considerados a alternativa mais simples de investir em imóveis, os fundos imobiliários completam este mês 30 anos de história no Brasil. No dia 25 de junho de 1993, foi assinada a lei 8.668 que criava o produto – que hoje já conta com mais de 2,1 milhões de investidores.

Continua depois da publicidade

Indicada para quem busca renda extra, essa classe de ativo chega às três décadas ostentando crescimento expressivo em número de investidores e patrimônio, mas também oferecendo boas oportunidades dado o patamar de desconto com que são negociados atualmente.

Os FIIs captam recursos entre os investidores para a compra de imóveis que, posteriormente, podem ser alugados ou vendidos. As receitas obtidas nas transações – locação ou ganho de capital – são distribuídas entre os cotistas, na proporção em que cada um aplicou. Os rendimentos são isentos de imposto de renda – um dos principais atrativos.

No início desta história, porém, os FIIs tinham como objetivo apenas o ganho de capital e eram restritos aos grandes investidores, como era o caso do Memorial Office (FMOF11), primeiro fundo imobiliário do mercado.

Continua depois da publicidade

Em atividade até hoje, a carteira iniciou suas operações no dia 7 de janeiro de 1997 e administra um imóvel homônimo localizado na região da Barra Funda, zona oeste da cidade de São Paulo.

“Em 1998, surgiu a ideia de fazer o primeiro fundo imobiliário para pequenos investidores, o shopping Higienópolis (SHPH11)”, relembra Moise Politi, hoje na REC Gestão e, na época, responsável pelo primeiro FII para investidor de varejo. “Nós trouxemos os primeiros 600 investidores dos mais de dois milhões que o segmento tem atualmente”, orgulha-se.

Leia também:

Boletim Focus: projeção para a inflação de 2023 volta a cair, para 5,69%, e a do PIB sobe para 1,68%

As projeções de inflação para 2023 feitas pelos analistas de mercado voltaram a recuar nesta semana, enquanto a previsão para o crescimento do PIB subiu, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (5) pelo Relatório Focus do Banco Central.

Segundo o relatório do BC, a projeção para o IPCA de 2023 caiu pela terceira semana seguida, de 5,71% na pesquisa divulgada na semana passada para 5,69%. A estimativa para 2024 caiu de 4,13% para 4,12%. As projeções para 2025 e 2026 continuaram no mesmo patamar, de 4,0%.

Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA para 2023 recuou de 9,44% para 9,41%. Há um mês, a projeção estava em 10,70%. A estimativa para 2024 subiu de 4,50% para 4,53% e as 2025 e 2026, continuaram em 4,0%.

A projeção da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) continua em 12,50% há sete semanas. A de 2024 foi mantida em 10,0% pela 16ª semana seguida e a de 2025 está em 9,0% há 16 semanas. A de 2026 foi mantida em 9,0%.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.