Em disputa voto a voto, cotistas do HGPO11 rejeitam venda de imóveis e FII permanecerá aberto

E mais: ARRI11 dribla deflação e paga dividendos 1,56% no mês; inflação da construção sobe 0,04% em outubro; comprador de imóvel do CXTL11 atrasa pagamento

Wellington Carvalho

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Ainda não foi desta vez que o fundo imobiliário de escritório CSHG Prime Offices HGPO11 realizou a venda dos imóveis do fundo. Em votação realizada pela carteira nesta terça-feira (25), a maioria dos cotistas rejeitou proposta recebida pelos edifícios Metropolitan e Platinum, localizados próximos à Avenida Faria Lima, em São Paulo (SP).

De acordo com o fundo, o interessado estava disposto a pagar R$ 466 milhões pelos dois imóveis – o que equivale a cerca de R$ 37 mil por metro quadrado.

Sinalizando interesse na transação, investidores que detêm 23% das cotas do HGPO11 solicitaram a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir e colocar a proposta em votação.

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Em disputa acirrada, 32,85% dos cotistas votaram contra o negócio, enquanto 32,53% se manifestaram favoráveis. O resultado marca a segunda tentativa – sem sucesso – de venda do portfólio do fundo em 2022.

Em AGE realizada no início do ano, os cotistas do CSHG Properties chegaram a aprovar a venda dos espaços, condicionando a transação ao valor mínimo de R$ 491 milhões, valor equivalente a R$ 39 mil por metro quadrado, corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Durante o processo competitivo, a gestão foi procurada por cerca de 100 interessados, sendo que 21 assinaram contrato de confidencialidade para receber mais informações sobre os edifícios. Do grupo, oito formalizam ofertas.

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Apenas uma proposta, porém, chegou ao valor mínimo pedido. Mesmo assim, o pagamento proposto envolveria a entrega de cotas de um outro fundo imobiliário. A condição não agradou os gestores, que descartaram a oferta.

“Como não existiram propostas acima do preço mínimo, informamos que o processo de venda dos imóveis está encerrado, sendo que não haverá a convocação de uma nova assembleia geral de cotistas pela administradora”, pontuou fato relevante na época.

Diante da experiência, o fundo chegou a descartar a última proposta em discussão – de quase R$ 37 mil por metro quadrado –, que também não atingia o valor mínimo definido pelos cotistas até então. A carteira recuou da decisão após o pedido de investidores para a análise da oferta.

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Localizados em uma região nobre para o segmento de lajes corporativas, os edifícios Metropolitan e Platinum somam uma área bruta locável (ABL) de 12.613 metros quadrados. A vacância dos imóveis hoje está na casa dos 5%. A alienação dos imóveis representaria a liquidação do fundo, em operação desde outubro de 2010.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.