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(Bloomberg) — Goldman Sachs e Pacific Investment Management têm uma mensagem simples para operadores de títulos do Tesouro dos EUA preocupados com a inflação: relaxem.
As empresas estimam que traders de títulos que precificam a inflação anual perto de 3% nos próximos anos estão exagerando as pressões de alta em meio à recuperação da economia dos EUA do impacto da pandemia.
Além disso, existem certas distorções técnicas na forma como as expectativas de inflação com base no mercado são precificadas, e o Goldman Sachs, por exemplo, diz que esse cálculo pode estar entre 0,2 a 0,3 ponto percentual acima. Essa lacuna faz diferença, já que os principais indicadores de mercado das expectativas de inflação para os próximos anos subiram no início desta semana para o maior nível em mais de uma década. Esses indicadores caíram na sexta-feira após os fracos dados do mercado de trabalho nos EUA.
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O debate sobre a inflação é crucial para autoridades de política monetária e investidores que navegam a recuperação da pandemia. O Federal Reserve insiste que qualquer aumento das pressões de preços provavelmente é de curta duração e que está disposto a deixar a inflação acima da meta por um período enquanto a economia se recupera.
Parece que agora pode fazer uma pausa em sua campanha. Não apenas empresas como Goldman e Pimco defendem o argumento de um cenário de inflação mais benigno, mas operadores também reduziram as apostas de aumentos dos juros até o final de 2023. O mercado recuou ainda mais nas expectativas de aperto monetário após o relatório de sexta-feira, que mostrou um ritmo mais lento do que o previsto na criação de empregos em abril.
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“Não vemos o tipo de pressão inflacionária que os mercados parecem temer, e as altas taxas de crescimento não se traduzirão necessariamente em inflação mais alta”, disse Praveen Korapaty, estrategista-chefe de juros do Goldman.
Indicadores de mercado como as chamadas taxas de equilíbrio, que são derivadas em parte dos títulos do Tesouro dos EUA protegidos contra a inflação (TIPS) e representam expectativas de aumentos anuais dos preços ao consumidor, aumentaram novamente na primeira metade desta semana, com o avanço da reabertura das principais economias industriais.
Commodities
A preocupação com a inflação tem crescido em um cenário de alta dos preços das commodities – o cobre, por exemplo, bateu recorde na sexta-feira. Enquanto isso, congressistas em Washington debatem outro enorme pacote de estímulo fiscal.
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Mas é importante destacar que as taxas de equilíbrio de dois anos – que atingiram o maior nível em quase 13 anos, perto de 2,9% na quarta-feira – estão firmes acima de onde operadores veem as expectativas de inflação na segunda metade da próxima década. Isso mostra que o mercado está posicionado para uma menor pressão dos preços no futuro.
Os contratos futuros agora precificam um aumento dos juros pelo Fed em meados de 2023, mais cedo do que as autoridades projetam. Antes do relatório de emprego na sexta-feira, o mercado apostava em aperto da política monetária vários meses antes. Traders também reduziram as apostas em aumentos adicionais dos juros até o fim daquele ano. Agora esperam um total de 65 pontos-base de aperto até o final de 2023, cerca de 25 pontos-base menos desde 1º de abril.
Ressalva
As taxas de equilíbrio trazem a ressalva de que não podem ser interpretadas pelo valor de face devido à falta de liquidez dos TIPS e ao prêmio de risco que investidores exigem devido à incerteza sobre a trajetória da inflação – ambos os quais levam a juros mais altos do que seriam de outra forma.
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Autoridades do Fed desenvolveram modelos para levar em conta essas variáveis, e a Pimco criou modelos próprios. A conclusão da gestora, em poucas palavras, é que as expectativas de inflação estão ainda mais abaixo da meta de 2% do Fed do que as autoridades presumem. Isso significa que operadores podem precisar recuar em relação às expectativas de aumento dos juros pelo Fed.
“Basicamente, argumentamos que as expectativas de inflação estão um pouco abaixo de onde o Fed as vê”, após atingir cerca de 1,75% em março, a leitura mais recente do modelo da Pimco, disse a economista Tiffany Wilding.