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Os fundos de infraestrutura (FI-Infra) amargam uma queda de, em média, 12,8% este ano, de acordo com dados do Clube FII, plataforma que monitora 21 das principais carteiras do mercado. Apesar de ainda buscar uma maior representatividade, esta classe de ativo também sofreu com o cenário macroeconômico em 2024.
Para discutir o que esperar do produto em 2025, o Duelo de Fundos, evento em parceria do InfoMoney com a XP, reuniu Samer Serhan, da JiveMauá, e Christopher Smith, da Capitânia. Com mediação de Clara Sodré, analista de fundos da XP, eles falaram também detalharam a estratégia do JMBI11 (JiveMauá) e CPTI11 (Capitânia).
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Para Serhan, se olhar individualmente os FI-Infras que estão no mercado, poucos deles estão com algum problema que possa justificar desvalorização frente ao valor patrimonial.
“O investidor está olhando para a tela. Se tiver um ativo que cai um pouco ele vai vender e realizar algum tipo de resultado”, diz Christopher Smith, gestor dos fundos de crédito privado da Capitânia, sobre o quanto se tem tomado cuidado para emitir títulos de crédito privado saudáveis no mercado.
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Relação com IFIX e títulos públicos
Segundo Serhan, os fundos listados de infraestrutura acabam tendo uma relação grande com o IFIX (índice dos fundos de investimentos imobiliários) e também com os títulos públicos, normalmente as NTN-Bs, e sofrem consequências disso.
“Tem ainda o desafio que é macro, que está muito fora da mão dos gestores de crédito privado e de infraestrutura”, avalia o gestor.
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“Nesse momento mais agudo, com as NTN-Bs mais voláteis, com o mercado macro mais estressado, a nossa estratégia em estruturações de crédito originadas por nós acabou se descolando do mercado”, explica. “A gente tem uma carteira com baixíssima correlação com o mercado de capitais mais amplo”, complementa.
O gestor conta que a JiveMauá busca oportunidades no setor de infraestrutura que não são objeto de ofertas amplas de distribuição ou “não está na capa do jornal”. “A gente procura ativos que estão afastados da Faria Lima e do Leblon, com emissores que não são tão conhecidos, precisam de uma diligência maior, tanto na parte financeira como na parte jurídica do projeto em si”, diz.
Rigorosa avaliação
Serhan relata que, com isso, a gestora investe no processo de conhecer a fundo o ativo e a empresa, fazendo uma rigorosa avaliação de riscos. “Em contrapartida, o benefício que a gente leva é que grandes movimentos dos índices do mercado ou dos títulos públicos acabam afetando pouco nossa cota patrimonial. Então, a gente tem um foco muito grande nessas operações quase exclusivas”, explica.
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O JBMI11 tem justamente foco nesse tipo de operação e 80% dele está alocado nessa oportunidade, afirma o gestor. “Isso acaba trazendo nesses momentos mais agudos de crise mais estabilidade para o investidor. Então, a gente mantém uma distribuição de dividendos constantes, de 1% ao mês desde o início do fundo. A carteira está 100% ‘hedgeada’ (protegida) por CDI”, ressalta.
Fundo high grade
Christopher Smith conta que, quando lançaram o CPTI11, até para facilitar a entrada do investidor novo, posicionou o produto muito parecido com os fundos imobiliários. “O perfil desse fundo é high grade, mas de nomes não tão conhecidos no mercado. A ideia é ter um fundo diversificado, sem grandes emoções do lado do crédito”, diz.
Para o gestor, o mais importante é não levar “mais de um minuto para explicar a tese” do fundo. “O que a gente traz de diferente para o mercado é que a maior parte das nossas operações também não são alvo de oferta pública. Então, se consegue tirar um pouco do custo bancário de estruturação e direcionar tudo isso para taxa final do investidor”, destaca.
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“Apesar dos investidores muitas vezes não conhecerem os nomes que estão dentro de nosso portfólio, a gente tem um rating de qualidade média muito boa”, afirma. “A gente tem um carrego muito interessante numa carteira que paga um dividendo mensal na ordem de 1% da cota patrimonial e traz esse benefício da diversificação numa carteira high grade”, complementa.