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Os gestores de fundos de investimento multimercados, que tradicionalmente são ouvidos pela XP antes das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), esperam uma alta de 1 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros (Selic) nesta quarta-feira, a 14,25% ao ano. Ao mesmo tempo, reduziram suas projeções para a taxa básica no final de 2025.
A avaliação agora é que a Selic encerrará o ano em 15% ao ano, e não em 15,25%, como era projetado pela mesma pesquisa realizada em janeiro. Com isso, as projeções dos gestores ouvidos pela XP se igualaram aos 15% ao ano esperados pelos especialistas consultados semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus.
A projeção faz parte de pesquisa da XP com 30 gestores que possuem mandatos multimercados macro. O estudo foi realizado entre os dias 7 e 14 de março.

Os dados do levantamento apontam ainda que a expectativa mais recente dos gestores é de um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,75% no final deste ano, acima tanto da projeção anterior, de 5,71%, quanto da alta de preços esperada pela média dos analistas ouvidos no Boletim Focus, de 5,66%.
“Em nossa visão, as projeções do mercado estão convergindo para a precificação dos gestores, que projetam revisões altistas para a inflação brasileira como um reflexo do cenário macro desafiador e de altas pressões cambiais”, disse a XP em relatório.
Para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025, os gestores reduziram a expectativa anterior, de alta de 2,06%, para 1,95%, abaixo do esperado pela pesquisa Focus, de alta de 1,99%.
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Em relação ao mercado de juros, houve um aumento no posicionamento aplicado em juros real (+30 p.p.) e nominal (+10 p.p.). “O movimento chama atenção pelo aumento de gestores que começam a enxergar uma possibilidade de mudança de ciclo de juros no Brasil”, apontou a XP.
Câmbio
“No câmbio, observamos a continuidade de uma tendência mais otimista em relação ao dólar e ao iene. Em particular, houve uma redução no posicionamento comprado, com 70% das gestoras com posição comprada (ex-neutro), enquanto apenas 13% estão vendidas”, apontou a XP no relatório.

Para a corretora, o movimento está relacionado com a reprecificação da moeda americana neste início de 2025.
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Bolsa
O estudo mostra ainda que os gestores elevaram o otimismo com a Bolsa brasileira e a cautela com os Estados Unidos e mundo.
“No Brasil, seguimos acompanhando um aumento, mesmo que marginal no posicionamento comprado, com 37% das gestoras apontando posições compradas, 7%
vendidas e um aumento considerável no posicionamento neutro (+10 p.p.), hoje 57% dos gestores apontam que não possuem posições na bolsa brasileira.”
Para Estados Unidos, houve uma redução importante no otimismo com a renda variável, com uma redução de 60% para 43% no posicionamento comprado e aumento no posicionamento neutro (+13 p.p.).
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