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SÃO PAULO – A queda da taxa Selic para a mínima histórica de 2% ao ano em agosto de 2020 foi responsável por levar muitos investidores a migrarem parte de suas economias da renda fixa para a Bolsa.
Já em 2021, após a forte alta das ações ao longo dos últimos meses, e com as perspectivas de que o Banco Central (BC) inicie em breve um processo de alta da taxa básica de juros, os fundos de renda fixa da família de crédito privado despontam como uma das principais alternativas para a diversificação do portfólio no mercado local.
Hoje, as carteiras com títulos de dívida de empresas com elevado rating de crédito e, portanto, baixo nível de risco, oferecem um prêmio ao investidor em relação ao CDI ao redor de 2% ao ano.
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E a expectativa dos gestores que atuam no segmento é de que, no médio prazo, quando a taxa Selic estiver “normalizada”, o retorno nominal projetado para os fundos de crédito seja difícil de ser ignorado, ao se situar perto dos 8%.
Nesta quarta-feira, o ranking InfoMoney Ibmec dos melhores fundos do mercado revelou os vencedores na categoria de renda fixa crédito privado. As duas primeiras colocações ficaram com os fundos Premium e Top, da Capitânia, seguidos pelo XP Top Crédito Privado.
Destacaram-se ainda entre os cinco melhores fundos da classe o Western Asset Credit Excellent e o BV Eagle, no período dos últimos três anos, considerados a rentabilidade e o nível de risco assumido pelos gestores.
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Durante painel online do evento no fim da tarde de quarta-feira (24), Christopher Smith, gestor da Capitânia, e Fausto Filho, CIO e gestor de renda fixa e crédito da XP, falaram sobre as oportunidades no radar para 2021 no segmento.
Entre os setores que Fausto Filho acredita que devem oferecer as melhores oportunidades para os fundos de crédito privado, energia elétrica e saneamento despontam entre as preferências, tendo em vista a maior previsibilidade de receita em comparação com negócios de caráter mais cíclico, como consumo e varejo.
No mercado de crédito, afirmou o gestor da XP, o mais importante ao fazer a análise de uma emissão é entender qual a capacidade da empresa de honrar suas dívidas no futuro, o que envolve entender a geração de fluxo de caixa do modelo de negócio.
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“Negócios que têm o fluxo de caixa alterado de acordo com as mudanças do ciclo são setores nos quais talvez tenhamos uma exposição menor”, disse o especialista.
A importância do profissional
Na Capitânia, Smith também apontou os papéis do setor de utilidades públicas (utilities), além do mercado imobiliário pelas garantias em ativos reais, entre as maiores apostas no radar.
Segundo o especialista, em momentos de crise e estresse dos investidores, como em 2020, a estratégia da gestora é focar a atuação em ativos “high grade”, ou grau de investimento, negociados no mercado secundário com taxas atraentes.
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Já quando a fase é de calmaria, a opção na Capitânia é voltar os olhares para operações de caráter mais estruturado e menos convencionais de desintermediação financeira.
Nesse tipo de operação, também conhecida como “high yield“, ou de alto rendimento, a gestora é quem prospecta e faz a estruturação do empréstimo, eliminando, assim, as partes intermediárias que geralmente fazem a ponte com a empresa que necessita do crédito, o que tende a aumentar o retorno final esperado com o investimento.
O gestor defendeu ainda que, por se tratar de um nicho com o qual o investidor pessoa física não tem tanta familiaridade, a gestão profissional faz toda diferença para o sucesso do investimento. Ele citou o caso das debêntures da concessionária Rodovias do Tietê como um exemplo.
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Os credores que carregam o papel emitido em 2013 contabilizam perdas significativas, tendo a empresa emissora entrado com pedido de recuperação judicial em 2019. A Capitânia, contudo, soube se aproveitar da volatilidade do ativo para extrair ganhos por meio de uma gestão ativa, disse o gestor, ao enaltecer a importância de uma análise profissional no mercado.
O InfoMoney premiou, nos dias 23 e 24 de fevereiro, os gestores de fundos de ações, multimercados, renda fixa e de fundos imobiliários que conseguiram entregar aos investidores retornos com consistência nos últimos três anos.
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