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O mercado de galpões logísticos fechou o segundo trimestre de 2023 com a menor taxa de vacância dos últimos 10 anos, aponta levantamento da Colliers International, empresa de serviços imobiliários, obtido com exclusividade pelo InfoMoney.
De acordo com o estudo, a taxa de desocupação do segmento caiu de 10,4% para 9,5% entre o primeiro e o segundo trimestre do ano – o menor nível observado desde 2013, início da série histórica.
“Assim como observado no primeiro trimestre de 2023, o mercado de condomínios logísticos de alto padrão segue aquecido”, reforça Ricardo Betancourt, executive chairman da Colliers. “Somente três estados registraram taxa de desocupação superior a 15%” (Pará, Rio de Janeiro e Bahia).
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No período, 842 mil metros quadrados de galpões foram ocupados e São Paulo foi responsável por aproximadamente 51% do total. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (8%), Santa Catarina e Minas Gerais (7%) e Bahia (5,89%).
No primeiro semestre de 2023, o segmento registrou 40 operações com mais de 10 mil metros quadrados. No acumulado de 2022, esse número foi de 67.
Conforme aponta a pesquisa, as principais locações foram para empresas de alimentos, veículos, transporte, logística e varejo. O comércio eletrônico, que tem forte participação no setor, perdeu força no último trimestre.
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“O e-commerce não está parado, mas está alugando em volumes menores”, pontua Betancourt. “É mais difícil termos locações de 40, 50, 60 mil metros quadrados como tivemos recentemente. Eles estão trabalhando com locações mais pontuais, um ajuste mais fino nas operações”, completa.
As devoluções de espaços tiveram uma queda de 44% no segundo trimestre se comparadas aos números do primeiro trimestre de 2023. 364 mil metros quadrados contra 656 mil metros quadrados, aponta o estudo.
O novo estoque entregue entre abril e junho de 2023 acrescentou 286 mil metros quadrados ao inventário existente. As novas entregas se concentram nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.
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O preço médio pedido dos condomínios logísticos no Brasil apresentou alta nos últimos meses, encerrando o segundo trimestre em R$ 23,80 por metro quadrado. O Paraná registrou o maior preço médio pedido no país: R$29,70.
Betancourt sinaliza que os números do mercado de galpões logísticos surpreendem e reforçam ainda mais o perfil de resiliência do segmento.
“[Começamos 2023] com governo novo, crise da Americanas, juros altos e varejo sofrendo, ou seja, tinha tudo para ser um semestre mais devagar e não foi”, reflete o CEO da Colliers. “O mercado de logística se mostrou mais resiliente”, finaliza.
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Ifix hoje
Na sessão desta segunda-feira (24), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou com queda de 0,08%, aos 3.182 pontos. Confira os demais destaques do dia.
Maiores altas desta segunda-feira (24):
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Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
RBRP11 | RBR Properties | Híbrido | 6,47 |
VTLT11 | Votorantim Logística | Logística | 1,81 |
BARI11 | Barigui | Títulos e Val. Mob. | 1,68 |
SARE11 | Santander Renda | Híbrido | 1,61 |
RBRR11 | RBR Rendimento High Grade | Títulos e Val. Mob. | 1,5 |
Maiores baixas desta segunda-feira (24):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
KFOF11 | Kinea FoF | FoF | -3,35 |
HGFF11 | CSHG FoF | FoF | -2,82 |
MCCI11 | Mauá Capital | Títulos e Val. Mob. | -2,4 |
CPTS11 | Capitânia Securities | Títulos e Val. Mob. | -2,38 |
HGRE11 | CSHG Real Estate | Lajes Corporativas | -1,92 |
Fonte: B3
Giro Imobiliário: quais os fundos de logística mais baratos do momento; FAMB11 vai fazer nova oferta; a relação dos FIIs com a SAF do Atlético Mineiro
Quais os FIIs de logística mais baratos do momento e o que esperar dos ‘queridinhos’ do mercado
O segmento de fundos imobiliários de logística se consolidou nos últimos anos como um dos mais resilientes do mercado e não demorou muito para ganhar o status de “queridinho dos investidores”.
Beneficiado pela expansão do comércio eletrônico, essa classe de ativo manteve a atratividade mesmo nos piores momentos da pandemia da Covid-19 – que prejudicou e muito fundos focados, por exemplo, em escritório e shopping.
Apesar do histórico, fundos de logística ainda negociam abaixo do valor patrimonial – espécie de preço justo das carteiras. Em média, esse tipo de FII oferece desconto de 6%, se considerado o P/VPA dos fundos (preço sobre valor patrimonial).
Quanto mais perto de 1 estiver o indicador, mais próximo o fundo estará do preço considerado justo. Acima deste nível a cota é negociada com ágio e, abaixo deste nível, com desconto.
No caso dos FIIs de logística, os descontos estão abaixo dos observados em outros segmentos – como o de lajes corporativas, que podem chegar a 24%. Algumas carteiras, porém, são negociadas com um P/VPA de 0,84, como é o caso do LOGCP Inter (LGCP11).
FII que já abrigou Caixa Cultural do Rio busca recursos para pagamento de despesas
Os fundos imobiliários têm aproveitado a recente valorização do mercado – que acumula três meses seguidos de ganhos – para emissões de novas cotas. Com o recurso captado, muitos deles estão adquirindo novos imóveis e expandindo o portfólio. Mas o cenário não vale para todos os FIIs.
Em atividade desde março de 2003, o FII Edifício Almirante Barroso (FAMB11) aprovou, nesta sexta-feira (21), a segunda emissão de novas cotas da carteira, que pretende captar R$ 4 milhões de reais. O montante, porém, não será usado para investimentos, mas sim para o pagamento de despesas operacionais.
“[Os recursos] serão potencialmente destinados ao suporte das despesas ordinárias do fundo até dezembro de 2023; já que essas despesas superam as receitas do fundo”, confirma comunicado do FAMB11.
O FII Edifício Almirante Barroso é dono do imóvel homônimo localizado na Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro (RJ). O imóvel conta com 126 vagas de estacionamento, 22 elevadores e 4 escadas rolantes. Além disso, o espaço abriga um centro cultural composto por teatro, duas salas de cinema e duas salas de exposição.
A taxa de vacância do espaço – de 56 mil metros quadrados – está atualmente em 89%. O fundo conta com 2.700 cotistas e não distribui dividendos desde novembro de 2020.
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Atlético Mineiro: por que fundos imobiliários vão engrossar a torcida pelo sucesso da nova SAF?
O conselho deliberativo do Atlético Mineiro aprovou, nesta quinta-feira (20), a transformação do clube em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). O assunto chama a atenção da metade alvinegra de Minas Gerais, mas também está no radar dos investidores de alguns fundos imobiliários (FIIs).
Considerando apenas os principais FIIs do mercado – os mais negociados na Bolsa de Valores –, seis deles têm atualmente o certificado de recebíveis imobiliários (CRI) da Arena MRV – nova sede do Galo, como é conhecido a agremiação mineira.
Já o CRI é um instrumento usado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado. Na prática, essas companhias “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos – em um título, que é vendido a investidores, como os FIIs.
Os títulos embutem um rendimento mensal prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é um índice de inflação ou a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).
Desta forma, em troca da futura receita gerada pela nova arena, o Atlético Mineiro emitiu um CRI para financiar a construção do espaço, que desde o mês passado começou a receber eventos.
Atualmente, o título representa entre 1,3% e 6,4% do patrimônio líquido de seis FIIs. O HSI Ativos Financeiros (HSAF11) é o que tem a maior exposição ao papel. Confira mais detalhes.
Dividendos hoje
Confira a lista dos FIIs que distribuem dividendos nesta segunda-feira (24).
Ticker | Rendimento | Retorno |
ERCR11 | R$ 1.407,21 | – |
BVAR11 | R$ 20,49 | – |
MCHY11 | R$ 1,40 | 1,25% |
RBRX11 | R$ 1,17 | 1,24% |
SIGR11 | R$ 1,06 | – |
Fonte: StatusInvest
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