Fundos multimercados têm maior resgate mensal do ano em setembro, de R$ 53,9 bilhões

Desde janeiro, os multimercados acumulam retiradas de R$ 198,2 bilhões. No entanto, a indústria como um todo ainda apresenta saldo positivo no ano, de R$ 253,6 bilhões

Monique Lima

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Os fundos de investimento fecharam o mês de setembro com captação líquida negativa de R$ 53,85 bilhões, segundo dados da Anbima divulgados nesta quinta-feira (10). O desempenho da indústria foi puxado para baixo pelos fundos multimercados, que registraram resgates de R$ 53,92 bilhões no mês — o volume mais alto de perdas do ano.

Desde janeiro, os multimercados acumulam retiradas de R$ 198,2 bilhões. No entanto, a indústria como um todo ainda apresenta saldo positivo no ano, de R$ 253,6 bilhões.

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“O aprofundamento nos resgates dos multimercados pode ser explicado pela recente alta da Selic e pela perspectiva de que o Copom continuará aumentando os juros até o fim deste ano”, afirma Pedro Rudge, diretor da Anbima.

Os multimercados do tipo livre (sem compromisso de concentração em alguma estratégia específica) impulsionaram os resgates, com a maior saída em setembro, somando R$ 41,1 bilhões. Na sequência, aparecem os multimercados de investimento no exterior, com perdas de R$ 15,3 bilhões.

Por outro lado, os multimercados macro, que realizam operações baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos, conseguiram um desempenho positivo no mês, com captação de R$ 4,5 bilhões.

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Ações e renda fixa

Mesmo com os resgates líquidos de R$ 2,8 bilhões em setembro, os fundos de ações ainda mantêm captação líquida positiva de R$ 781,4 milhões no acumulado do ano. Os fundos de ações do tipo investimento no exterior têm contribuído para a manutenção do saldo positivo, sendo o maior destaque de 2024 na categoria, com captação líquida positiva de R$ 18,2 bilhões.

Em setembro, os fundos de renda fixa registraram entrada líquida de R$ 839,5 milhões, em comparação a R$ 45,5 bilhões em agosto deste ano. O destaque da categoria foram os fundos do tipo duração livre crédito livre, que alcançaram captação líquida positiva de R$ 8 bilhões. Esses fundos podem ter exposição de mais de 20% a títulos de médio e alto risco de crédito e não têm compromisso de manter limites mínimo ou máximo de duration da carteira.

“O cenário macroeconômico continua favorável aos fundos de renda fixa. Em setembro, houve uma diminuição no fluxo de recursos para esse tipo de fundo, mas ainda é cedo para avaliarmos se esse movimento se manterá ou não”, afirma Rudge.

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“Entre os motivos que podem ter causado essa queda estão a realocação dos investimentos para outros produtos e o aumento do custo da dívida. Com a alta da Selic, as empresas podem ter preferido pagar seus empréstimos em vez de aplicar os recursos”, explica.

Patrimônio líquido dos fundos

O patrimônio líquido da indústria brasileira de fundos de investimento chegou a R$ 9,4 trilhões em setembro, praticamente estável em relação ao mês anterior. Na comparação com setembro de 2023, a alta é de 15,6%.

A maior categoria da indústria, os fundos de renda fixa, fecharam setembro com R$ 3,7 trilhões de patrimônio, 0,8% a mais do que em agosto. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 20,4%.

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Já os multimercados, que compõem a segunda maior categoria, somaram R$ 1,6 trilhão de patrimônio líquido — uma queda de 3,6% em relação a agosto e de 7,8% na comparação com setembro de 2023.

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