Fundos imobiliários: nº de investidores bate recorde em 2020, mas retorno com dividendos desaba

Com o aumento de participantes no mercado, volume total negociado pelos fundos imobiliários nos últimos 12 meses atingiu recorde de R$ 54 bi

Lucas Bombana

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SÃO PAULO – No ano em que a taxa básica de juros na mínima histórica de 2% ao ano provocou mudanças profundas nos hábitos de investimento do brasileiro, os fundos imobiliários encerraram 2020 com 1,172 milhão de investidores com posição em custódia, segundo dados da B3.

Desse número, quase a totalidade, ou cerca de 1,166 milhão, é formada pelos investidores pessoa física. Os institucionais são apenas pouco mais de 1 mil investidores no nicho, com outros 112 não residentes e 37 instituições financeiras. Há ainda 4,1 mil investidores classificados como “outros” no boletim da B3.

O resultado alcançado no fim do ano passado corresponde a um crescimento de aproximadamente 82%, frente aos 645 mil investidores em dezembro de 2019, e está quase cinco vezes acima dos 208 mil do fim de 2018. A marca do primeiro milhão foi alcançada pelos fundos imobiliários em agosto.

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Com o aumento de participantes no mercado, o volume total negociado pelos investidores de fundos imobiliários nos últimos 12 meses atingiu o recorde de R$ 53,9 bilhões, contra R$ 32,3 bilhões em 2019, alta de aproximadamente 67%.

O volume médio diário negociado, por sua vez, passou de R$ 130 milhões para R$ 216 milhões.

Considerada a participação no volume negociado, a do investidor pessoa física foi para 67,9% em 2020, enquanto o institucional respondeu por 23,1% do total. Em 2019, os percentuais eram de 72,2% e 25%, respectivamente.

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Já o número de fundos imobiliários listados na B3 chegou a 301, nesse caso com base em dados até novembro, contra 250 no fim de 2019.

Ainda de acordo com a B3, o patrimônio líquido da categoria chegou a R$ 124 bilhões em novembro, com um correspondente valor de mercado de R$ 118 bilhões. Em igual período de 2019, os valores eram de R$ 80 bilhões e R$ 83 bilhões, respectivamente.

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Fonte: B3

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Entre os fundos imobiliários mais negociados no ano passado, os dois primeiros são do setor de logística – FII XP Log e FII CSHG Log – com volume médio diário de R$ 8,2 milhões e R$ 7,4 milhões, respectivamente.

Em seguida aparece o FII XP Malls (R$ 7,1 milhões), o FII Maxi Ren (R$ 6,67 milhões) e o FII CSHG Urb (R$ 6,6 milhões).

Retornos decrescentes

Em termos de rentabilidade, levantamento feito pela Economatica mostra que a mediana do dividend yield (o retorno com dividendos) dos fundos imobiliários negociados na B3 no ano de 2020 foi de 5,09%, o menor percentual da década.

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Até então, a mediana do indicador, que corresponde a quanto o investidor deve receber de dividendos em proporção ao valor do ativo, sempre esteve acima de 7%, com o pico de 10,8% em 2015.

Na dispersão setorial, o dividend yield dos fundos de logística foi de 4,9%, e os de lajes corporativas, de 5,6%.

Já no caso dos fundos híbridos, o indicador ficou em 5,9%, e, nos de shoppings, em 3,1%.

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Já entre os destaques individuais de retorno considerando a variação do preço de fechamento da cota, o boletim da B3 mostra que despontaram à frente em 2020 os fundos FII Hectare e FII Iridium, com ganhos de 46,9% e 31,6%, respectivamente.

Na sequência aparece o FII Novohori, com valorização de 26,6%, e o FII Lourders, com retorno de 24,9%.

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