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A sangria registrada em fundos de investimento não parece ser uma exclusividade brasileira: entre os dias 5 e 12 de junho, fundos de ações americanos tiveram um dos piores períodos de saques, com uma saída líquida de R$ 21,93 bilhões. Um montante desse tamanho não era retirado de produtos do tipo ao longo de sete dias desde dezembro de 2022, segundo dados da LSEG disponibilizados pela Reuters.
Fundos que alocam em ações de empresas de grande valor de mercado (large-caps) foram os que viram a maior saída líquida, no valor de R$ 14,94 bilhões. Já produtos posicionados em empresas com capitalização intermediária registraram resgates líquidos de R$ 1,43 bilhões, enquanto fundos com alocação em companhias de menor valor tiveram perdas líquidas de R$ 816 milhões.
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O movimento chama atenção porque ocorreu em um período em que os principais índices acionários americanos, como o Nasdaq e o S&P 500, por exemplo, bateram novas máximas e registraram alta de 2,45% e 1,25%, respectivamente.
Por outro lado, o estudo da LSEG mostra que investidores buscaram segurança ao alocar em fundos que podem investir tanto em títulos de dívida do Tesouro americano quanto de empresas dos Estados Unidos. Entre os dias 5 e 12 deste mês, foram registradas entradas líquidas de R$ 4,82 bilhões, o que reiterou um movimento forte de depósitos pela segunda semana consecutiva.
A busca maior pela renda fixa ocorre em um momento em que as taxas de juros nos Estados Unidos deverão ficar altas por mais tempo. Na última quarta-feira (12), o Federal Reserve (Fed, banco central americano) optou por manter os juros nos Estados Unidos entre 5,25% e 5,50% — patamar que permanece constante desde julho do ano passado. No mesmo dia, o gráfico de pontos divulgado pela autoridade monetária, que mostra as projeções feitas pelos diretores a cada trimestre, passou a projetar uma única redução de 0,25 ponto percentual na taxa este ano – estimativa anterior era de três cortes.
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Saques em fundos brasileiros
A permanência de uma Selic mais elevada por mais tempo no Brasil também tem ajudado a impulsionar fluxos positivos para fundos de renda fixa. Até a última quarta-feira (12), essa classe de fundos registrou entradas líquidas de R$ 29,7 bilhões no acumulado do mês de junho.
O montante está bem acima dos R$ 4,3 bilhões de depósitos líquidos vistos em fundos de ações no mesmo período. Os números ainda não refletem o mês todo, mas já mostram certa diferença em relação a maio, quando a classe teve saídas líquidas de R$ R$ 4,6 bilhões. Todos os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).