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O BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund (BUIDL), primeiro fundo tokenizado da gestora de investimentos BlackRock, atraiu cerca de US$ 240 milhões desde sua estreia, na semana passada.
O produto financeiro investe em dinheiro, Treasuries (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) e acordos de recompra. Os detentores recebem uma criptomoeda chamada BUIDL, avaliada em US$ 1 por token.
Carteiras digitais aprovadas pela Securitize, empresa parceira da BlackRock para o veículo de investimento, podem transferir as moedas digitais para outros endereços validados.
A BlackRock é uma das maiores defensoras do mercado cripto entre as principais empresas financeiras. Seu presidente e CEO, Larry Fink, disse recentemente que todo ativo financeiro acabará sendo tokenizado.
A tokenização é o processo de converter ativos tradicionais, como imóveis, ações, títulos ou commodities, em tokens.
O iShares Bitcoin Trust (IBIT), ETF (fundo de índice) à vista de Bitcoin (BTC) da BlackRock, atraiu mais de US$ 13 bilhões em entradas desde que foi lançado na segunda semana de janeiro, nos EUA. No final de fevereiro, o veículo de investimento chegou ao Brasil com BDR na B3.
O fundo tokenizado da titã dos investimentos atende três casos de uso principais, de acordo com Carlos Domingo, fundador e CEO da Securitize. Em primeiro lugar, é direcionado a empresas do setor cripto que procuram gerir os seus tesouros em blockchains, e isto inclui organizações autônomas descentralizadas (DAOs, na sigla em inglês).
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Em segundo lugar, para projetos cripto focados na criação de derivativos de títulos do Tesouro. O fundo pode ser um ativo fundamental para o desenvolvimento desses produtos, disse ele. Por último, o fundo tokenizado também serve como alternativa às stablecoins e pode ser usado como garantia para empréstimos e negociações.
“É muito institucional e é gerido pela maior gestora de ativos do mundo”, disse Domingo. “Não há risco de contraparte para nenhuma empresa de criptoativos.”
A startup de criptos Ondo Finance investiu US$ 95 milhões na BUIDL, disse o fundador da Ondo, Nathan Allman, à Bloomberg. A Franklin Templeton lançou o primeiro fundo tokenizado registrado nos EUA em 2021 e tinha cerca de US$ 324 milhões em ativos no final de fevereiro. Mas o BENJI, o token que representa as cotas do fundo da Franklin Templeton, não é transferível entre investidores do fundo.
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A Securitize Markets é um sistema de negociação alternativo registrado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) e possui uma licença de corretora sob a Autoridade Reguladora da Indústria Financeira (Finra, na sigla em inglês), responsável por supervisionar essa categoria de empresas.
Sua companhia afiliada é um agente de transferência registrado na SEC, o que permite que seus clientes transfiram tokens entre si, disse Domingo. No entanto, ele observou que a SEC não emitiu nenhuma orientação sobre se uma empresa deve usar uma blockchain privada ou uma blockchain pública para tokenização.
A SEC intensificou recentemente seu escrutínio sobre o Ether, o token nativo do Ethereum (ETH). O fundo da BlackRock utiliza a rede para processar transações. Domingo disse que as investigações, que levarão algum tempo, devem ser separadas da própria blockchain.
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“Ter security ou Ethereum (que tem rede pública) como infraestrutura são duas coisas diferentes na minha opinião”, disse ele. “A blockchain pública do Ethereum é uma infraestrutura testada em batalha que é muito boa para o tipo de atividades que realizamos.”
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