Fundo soberano chinês estuda compra de títulos brasileiros

Segundo Paulo Valle, CIC está particularmente interessado na compra de bônus atrelados à inflação denominados em real

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SÃO PAULO – O grau de investimento atribuído ao Brasil pela Moody’s, agência de classificação de risco, já começa a render frutos ao Brasil. De acordo com o secretário-adjunto do Tesouro, Paulo Valle, os investidores estrangeiros começam a ser mais atraídos ao país.

Segundo Valle, o fundo soberano de investimentos chinês está interessado em comprar títulos de dívida emitidos pelo governo brasileiro no mercado local. Para negociar as propostas, Valle esteve nesta terça-feira (22) reunido com funcionários do China Investment Corporation (CIC) no fórum de investimentos China-América Latina em Pequim.

“Tivemos apenas um primeiro contato. Mas acredito que há uma possibilidade de ampliarmos nossas relações com o fundo soberano da China”, afirmou à agência Dow Jones.

De olho nos bônus

Valle conta que nenhum acordo foi firmado até o momento, mas o fundo soberano está particularmente interessado na compra de bônus atrelados à inflação denominados em real.

O secretário destaca que o Brasil não vai restringir investimentos dos fundos soberanos, já que esses investidores ajudam a aumentar a liquidez no mercado local.

A procura chinesa por papéis brasileiros, como diz Valle, é resultado da melhoria da avaliação de crédito do Brasil, que também tem atraído outros investidores internacionais.

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Ao conceder o título de grau de investimento para os bônus brasileiros em moedas local e estrangeira na última terça-feira (22), a Moody’s se alinhou a outras duas agências de classificação de risco que já haviam concedido o rating ao país no ano passado.

Fundo soberano chinês

Com a crise financeira internacional, o CIC perdeu dinheiro com financeiras como Blackstone e Morgan Stanley, decidindo, assim, redefinir suas estratégias de investimento.

Na terça-feira (22), o fundo, cujos ativos chegam a US$ 297,5 bilhões, anunciou a compra de 15% de participação na Noble Group, fornecedor mundial de commodities. O acordo prevê a venda de US$ 850 milhões em novas e já existentes ações, incluindo 135 milhões de ativos pertencentes ao chefe-executivo da Noble Richard Elman.

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Além disso, o fundo negocia ainda a compra de 2,3% na incorporadora imobiliária Poly Investments.