Fundo do Bradesco tinha R$ 1,1 bilhão em Cruzeiro do Sul e BVA

O fundo Gama FI Mult Cred Priv Bradesco é exclusivo - com apenas um cotista

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SÃO PAULO – Em junho deste ano, quando o Banco Central decretou a intervenção do banco Cruzeiro do Sul, o fundo Gama FI Mult Cred Priv, da Bradesco Asset Management (Bram) tinha quase 60,1% do seu patrimônio de R$ 1,685 bilhão em papéis a prazo da instituição (DPGEs ou CDBs). No mesmo mês, dados da consultoria Economática mostram que o fundo possuía quase 10% do seu patrimônio em papéis do BVA, banco que sofreu intervenção do Banco Central na última sexta-feira (19). Em números, o Gama possuía R$ 163 milhões em papéis a prazo do BVA e 1,011 bilhão em títulos do Cruzeiro do Sul no sexto mês do ano, totalizando R$ 1,174 bilhão.

Contatado, o Bradesco informou que este é um fundo exclusivo – com apenas um cotista.

A posição do fundo a partir do mês de junho não é conhecida, já que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permite que os gestores fiquem com as carteiras fechadas por até três meses. De acordo com a Economática, o patrimônio líquido do fundo aumentou para R$ 2,019 bilhões no nono mês do ano.

Ainda de acordo com dados da consultoria, parte do patrimônio do fundo (7%) estava alocado em papéis do banco Schahin, vendido para o BMG em agosto do ano passado, após a constatação de um rombo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.

Garantia do FGC
Papéis a prazo, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e DPGE (Depósito a Prazo com Garantia Especial) possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) de R$ 70 mil e R$ 20 milhões respectivamente. Acima deste valor, o investidor entra na fila de credores do banco para recebimento dos valores.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip