Fundador da Binance fica ainda mais rico na prisão após alta de criptomoeda

O BNB Chain, token ligado à Binance e ao empresário, atingiu recorde de preço na semana passada

Lucas Gabriel Marins

Changpeng Zhao, fundador da Binance (Foto: Bloomberg)
Changpeng Zhao, fundador da Binance (Foto: Bloomberg)

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O fundador bilionário da Binance, Changpeng Zhao, ficou ainda mais rico após começar a cumprir pena de quatro meses em uma prisão na Califórnia, nos Estados Unidos, na semana passada.

Isso porque o BNB Chain (BNB), token lançado pela Binance em 2017, atingiu o maior preço da história – US$ 717,48 – alguns dias após Zhao se apresentar à penitenciária de baixa segurança Lompoc II.

Em entrevista à Associated Press em 2021, ele disse que a maior parte de seu patrimônio líquido estava em BNB. Falou ainda que era um “acionista de tamanho adequado na Binance”. O valor exato não foi revelado.

Embora Zhao nunca tenha divulgado exatamente quanto BNB tem em carteira, um white paper (manual) do ICO (evento de lançamento de uma criptomoeda, semelhante a um IPO) do BNB mostra que 80 milhões de tokens, hoje avaliados em US$ 56 bilhões, foram alocados para a equipe fundadora. O dinheiro arrecadado por meio do ICO foi usado para lançar Binance.

Zhao é a 40ª pessoa mais rica do mundo, segundo o ranking de bilionários da Bloomberg, e tem uma fortuna estimada em US$ 38,5 bilhões. Só em 2024, seu patrimônio cresceu US$ 4,1 bilhões. Ele também é o indivíduo mais rico a cumprir pena nos EUA.

O empresário foi detido após a Binance e ele se declararem culpados por violar sanções e leis de combate à lavagem de dinheiro no país. A falha permitiu que hackers e grupos terroristas, incluindo a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, negociassem Bitcoin (BTC) na corretora.

No ano passado, empresa e fundador fecharam um acordo com o governo norte-americano. A exchange pagou uma multa de US$ 4,3 bilhões e concordou em passar a ser supervisionada pelas autoridades, além de estabelecer uma sede global. Zhao desembolsou US$ 50 milhões e deixou o cargo de CEO.

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Alta do BNB

Dessislava Aubert, analista da Kaiko, disse para a Bloomberg que a recente alta do BNB foi vista no mercado de derivativos e coincidiu com o aumento da demanda pelo token à vista, que começou a se recuperar em junho, com as compras superando as vendas entre os dias 2 e 5..

O BNB é negociado em cerca de 15 exchanges centralizadas, “o que difere de outros tokens de corretoras que são negociados quase exclusivamente em suas plataformas afiliadas”, disse ela. A Binance ainda responde por 85% do volume global do BNB, acrescentou.

Sobre a alta do BNB, Guilherme Nazar, diretor-geral da Binance para o Brasil, disse que vem observando a entrada de cada vez mais pessoas no espaço cripto no contexto de vários fatores. “Entre eles, ciclos macroeconômicos e tendências do setor, que podem influenciar a percepção dos investidores em relação a alguns ativos e impactar os preços”.

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Depois de atingir recorde de preço na semana passada, o BNB recuou. Na manhã desta segunda-feira (10), o ativo digital opera em baixa de -5,50%, a US$ 645,42, segundo dados do agregador CoinMarketCap. O Bitcoin e as demais altcoins operam mistas.


(Com Bloomberg)