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Flertando com a marca dos 3.000 mil pontos, o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – já acumula 15 sessões seguidas de ganhos, maior série do indicador desde a encerrada em 8 de junho de 2022 – quando o índice registrou elevação durante 17 dias. Diante do comportamento, o mercado já questiona se o índice ainda tem fôlego para manter a tendência de alta.
O tema foi um dos destaques do Liga de FIIs desta terça-feira (16), programa produzido pelo InfoMoney com a apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. O convidado desta edição foi Arthur Losnak, head de FIIs da casa de análise TC.
No meio do ano passado, o mercado de FIIs iniciou uma tendência de alta após o fim do ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic – que subiu de 2% no início de 2021 para 13,75% ao ano em agosto de 2022, patamar que se mantém até hoje.
Quanto mais elevado o indicador, mais rentável se torna a renda fixa, que acaba atraindo os investidores da renda variável, entre eles, os de fundos imobiliários. O movimento pressiona a cotação dos ativos, que perdem atratividade e valor na Bolsa.
A indefinição em torno de uma data para o início do corte da Selic, porém, interrompeu o bom humor do mercado em 2022 e o Ifix devolveu toda a alta obtida no período. Mais tarde, o índice chegou a ficar cinco meses seguidos sem ganhos – encerrando o jejum só no mês passado e já ensaiando um novo rali.
“Contra o fluxo não há argumentos”, brinca Otuki. “Tivemos o Ifix em abril subindo 3,5% e agora o atual desempenho de maio, fatores que me levam a ficar otimista com o mercado de FIIs daqui para a frente”, afirma.
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Além do desempenho do índice dos fundos imobiliários, o economista lembra que o comportamento do Ibovepa, do dólar e dos juros futuros sinaliza para uma reversão de tendência que beneficia o investimento em fundos imobiliários.
“O próprio debate sobre o futuro da Selic sinaliza que estamos mais próximos de um corte do que o contrário”, reflete.
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FIIs de “tijolo” devem sustentar alta do Ifix
Losnak também reforça o otimismo sobre a possível retomada do segmento dos fundos imobiliários e vê boas chances de a tendência de alta do mercado continuar.
“Vejo muito mais o Ifix subindo do que revertendo a tendência atual”, diz o especialista do TC. “E quem deve puxar esta alta são os fundos de “tijolo”, afirma Losnak, que se refere aos FIIs que investem diretamente em imóveis.
Segundo ele, a recuperação dos fundos de shopping, por exemplo, surpreendeu muita gente no ano passado e deve continuar surpreendendo em 2023. No caso das carteiras focadas em escritórios, acrescenta, a expectativa também é positiva, especialmente em relação aos imóveis bem localizados.
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“As lajes corporativas bem localizadas devem ser bem demandadas e, até 2024, há um cenário positivo para a revisão de aluguéis”, explica. “E os FIIs de logística – que se beneficiaram da expansão do e-commerce na pandemia da Covid-19 – continuam se saindo bem”.
Dado o atual cenário macroeconômico, explica Losnak, os fundos de “papel” – que investem em títulos de renda fixa – podem atrapalhar um pouco a tendência de alta do Ifix, mas a dinâmica dos fundos de “tijolo” deve sustentar o movimento de alta do indicador.
Ele explica que a redução da inflação e um possível corte de juros devem reduzir os dividendos dos fundos de “papel”. Desta forma, conclui, este tipo de FII pode perder um pouco de atratividade.
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“Mesmo assim, vale a pena ter uma parte da carteira de FIIs atrelada à inflação” sugere. “Mas o potencial de ganho de capital nos próximos dois ou três meses está mesmo com os fundos de ‘tijolo’”.
Em meio ao otimismo, Otuki, do Clube FII, pondera que o mercado de renda variável está exposto a fatores aleatórios, podendo mudar completamente o cenário que, atualmente, se desenha promissor.
FII cancelou dividendos, e agora?
Na edição do Liga de FIIs desta terça-feira (16), os especialistas falaram também sobre os fundos imobiliários que reduziram ou suspenderam a distribuição de dividendos. O que o investidor que busca renda passiva deve fazer em uma situação como esta?
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“Antes mesmo de qualquer pânico, é importante entender o que levou o fundo a alterar o repasse de dividendos e avaliar se a estratégia da carteira ainda está alinhada ao perfil do investidor”, sugere Maria Fernanda Violatti, da XP.
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Confira mais as dicas dos sobre o tema na edição desta semana do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.
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