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Os fundos imobiliários de recebíveis e do segmento agro – inclusive os Fiagros – são os favoritos das gestoras de recursos para 2023, de acordo com relatório da Órama Investimentos com 23 casas responsáveis pelos principais FIIs do mercado. Agências bancárias e lajes corporativas ainda despertam desconfiança dos especialistas.
Apesar de um ano que promete muitos desafios para os fundos imobiliários – riscos fiscais e juros elevados, entre outros – o mercado de FIIs está otimista e espera um 2023 de ganhos.
Segundo o levantamento da Órama, 87% dos gestores de fundos imobiliários acreditam que o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – terminará 2023 no campo positivo. Apenas 4% projetam um cenário de queda.
Em 2022, o Ifix encerrou com alta de 2,2%, após dois anos seguidos de queda – 2,28 em 2021 e 10,24, em 2020.
“Acreditamos em um primeiro semestre ainda marcado por alta volatilidade, diante das incertezas no âmbito fiscal e receios inflacionários”, pontua o estudo. “Entretanto, considerando os preços descontados que fundos imobiliários negociam e a expectativa de eventual corte de juros no final deste ano, as perspectivas seguem positivas para a indústria”, completa o texto.
Diante do contexto, dois segmentos de fundos imobiliários despontam com as melhores perspectivas para 2023, na opinião dos gestores: recebíveis e agronegócio.
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Também conhecido como FIIs de “papel”, os fundos de recebíveis investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).
No terceiro trimestre de 2022, essa classe de ativo perdeu atratividade na Bolsa por causa da deflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período. O indicador negativo reduziu as receitas dos fundos e, consequentemente, os dividendos repassados aos cotistas.
“Entretanto, a volta do indicador para patamares positivos e expectativa de inflação ainda acima da meta em 2023, reforça a retomada de seus dividendos”, explica o relatório, que aponta o segmento como o mais promissor para o ano.
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Quanto ao agro, a principal aposta é o potencial bastante elevado de crescimento do segmento, de acordo com os gestores de fundos imobiliários – que citam inclusive os Fiagros, que investem na cadeia do agronegócio.
Além disso, eles citam ainda que os portfólios destes produtos se beneficiam diretamente da alta de juros – que devem se manter ainda em níveis elevados no médio prazo.
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Por outro lado, os FIIs de escritório ainda geram certa desconfiança para os gestores, apesar da melhora inicial do setor pós-pandemia da Covid-19.
Segundo o relatório da Órama, os fundos imobiliários do segmento não responderam da mesma forma que o mercado corporativo em geral quando analisados indicadores como absorção líquida – saldo entre áreas locadas e devolvidas – e preços de aluguel.
“[Diante disso], estes fundos negociam com descontos acima da média, e acreditamos que enfrentarão um primeiro semestre ainda de volatilidade elevada, porém com potencial de valorização no longo prazo”, detalha o documento.
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O segmento está entre os com piores perspectivas para 2023, assim como o de agências bancárias e residenciais – ainda em desenvolvimento no mercado. Confira a lista:
Segundo o levantamento da Órama com os gestores, FIIs de agências bancárias, em sua maioria, são mais antigos e possuem contratos de aluguel que venceram recentemente ou vencem no curto prazo – o que cria um risco adicional.
Além disso, a digitalização do setor financeiro e a demanda mais fraca para esse segmento reduzem a atratividade do segmento.
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