FII “high yield” deixa maré baixa de lado e tem maior dividendo em maio; confira os maiores pagadores

No acumulado dos 12 meses, o maior retorno com dividendos é do JPP Capital Recebíveis (JPPA11), com uma taxa de 18%

Wellington Carvalho

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Proporcionando um alívio para seus mais de 133 mil investidores, o FII Devant Recebíveis (DEVA11) encerrará o mês de maio com a maior taxa de retorno com dividendos (dividend yield) entre os principais fundos imobiliários da Bolsa. O percentual ficou em 1,78% no mês.

O número faz parte de levantamento do InfoMoney com dados da Economatica, plataforma de informações financeiras. O estudo leva em consideração os 111 fundos imobiliários que compõem o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na B3.

Todas as carteiras já anunciaram as distribuições de dividendos previstas para este mês. A última foi o BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), que pagará R$ 0,80 por cota na próxima quinta-feira (31).

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Em maio, 61 carteiras tiveram um dividend yield acima de 1%. O número é inferior aos 64 registrados em abril.

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No último dia 15, o DEVA11 pagou R$ 0,85 por cota, equivalente a um dividend yield mensal de 1,78%, o maior do período. Na sequência aparecem o NCH Brasil Recebíveis (NCHB11) e o Vinci Credit Securities (VCRI11) com ganhos de 1,61% e 1,58%, respectivamente.

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Confira a lista dos dez maiores pagadores de maio:

Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – maio (%)*
DEVA11 Devant Títulos e Val. Mob. 1,78
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 1,61
VCRI11 Vinci Credit Securities Títulos e Val. Mob. 1,58
HABT11 Habtat II Títulos e Val. Mob. 1,53
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 1,52
JPPA11 JPP Capital Recebíveis Títulos e Val. Mob. 1,51
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. 1,46
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 1,44
VGIP11 Valora IP Títulos e Val. Mob. 1,44
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 1,40

Fonte: Economatica

O REC Recebíveis Imobiliários (RECR11), que teve o maior dividend yield de abril, pagou este mês R$ 1 por cota, equivalente a uma taxa de retorno de 1,22% – inferior ao 1,63% observado no mês anterior.

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FII DEVA11 ensaia recuperação

Afetado pela inadimplência em série de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) no início do ano, o Devant Recebíveis estava entre os FIIs high yield – de maior risco – que reduziram fortemente a distribuição de dividendos nos últimos meses.

O rendimento repassado pelo fundo caiu de R$ 1,10 por cota em fevereiro, para R$ 0,90 em março e R$ 0,70 em abril. Neste mês, a tendência de queda deu uma trégua com a distribuição de R$ 0,85.

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“Dadas as características das operações high yield, é comum que ao longo do prazo da dívida existam descasamentos entre ativos e passivos, piora ou melhora na qualidade do crédito, readequações conforme cenários macroeconômicos, entre outras particularidades”, ponderou relatório gerencial do DEVA11 ao explicar a oscilação na distribuição de rendimentos.

No início do mês, a carteira – junto com outros FIIs high yield – comunicou ao mercado a intenção de executar as garantias dos CRIs inadimplentes da Gramado Parks, empresa de turismo que está em recuperação judicial. O problema vinha derrubando as cotações do fundo até então.

O CRI é um instrumento usado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado. Na prática, essas companhias “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos – em um título, que é vendido aos investidores, como os FIIs.

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Os papéis embutem um rendimento mensal prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

Diferentemente do DEVA11, outros FIIs considerados mais arriscados não apresentaram elevação de dividendos entre abril e maio – mais um fator que caracteriza o rendimento deste mês do Devant Recebíveis como uma espécie de alívio para os cotistas.

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Mais um mês de dividendo zero para o TORD11

Outro destaque – nada positivo – de maio é o Tordesilhas EI (TORD11), que mais uma vez não distribuiu dividendos aos seus mais de 107 mil cotistas. O último repasse feito pelo fundo ocorreu em fevereiro – referente aos resultados de janeiro.

Do tipo híbrido – que investe em mais de uma classe de ativos –, o TORD11 tem priorizado a manutenção de caixa para “suprir necessidades de capital dos atuais investimentos da carteira que ainda não geram receita”, aponta relatório gerencial do fundo.

Atualmente, 42,2% do portfólio do Tordesilhas EI está concentrado em equities – participação do fundo no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários para a futura venda de unidades ou cotas.

O TORD11 também chegou a sinalizar nos últimos meses que a redução no volume de vendas e o aumento na quantidade de distratos – devolução dos imóveis – prejudicaram a operação do fundo e, consequentemente, a distribuição de dividendos.

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FIIs que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses

Novidade na última atualização do Ifix, o FII JPP Capital Recebíveis (JPPA11) desbancou o Riza Akin (RZAK11) e tem hoje o maior dividend yield dos últimos doze meses. A taxa de retorno da carteira está em 18,25%, a maior entre os fundos mais líquidos da Bolsa. Confira a lista completa:

Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – 12 meses (%)*
JPPA11 JPP Capital Recebíveis Títulos e Val. Mob. 18,25
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 17,63
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. 16,61
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. 16,13
VCRI11 Vinci Credit Securities Títulos e Val. Mob. 15,60
VGIR11 Valora RE Títulos e Val. Mob. 15,28
TGAR11 TG Ativo Real Desenvolvimento 15,20
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 15,18
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. 15,07
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 14,99

Fonte: Economatica  – 26/05/2023

Com patrimônio líquido de R$ 89 milhões, o JPPA11 é um fundo de “papel”, ou seja, investe em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário. 92% dos recursos do fundo estão alocados em CRIs.

De acordo com o último relatório gerencial, 66% dos títulos estão indexados ao IPCA (mais uma taxa média de 9,3%), 26% ao CDI e 8% ao IGPM, conforme mostra a imagem abaixo.

Fonte: FII JPPA11

Em maio, o JPP Capital Recebíveis (JPPA11) distribuiu R$ 1,44, montante equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,51%, o quinto maior do período de acordo com dados da Economatica.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.