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A crise do Credit Suisse reascendeu uma velha dúvida dos investidores de fundos imobiliários. Como ficam os FIIs administrados pela Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), controlada do banco suíço no Brasil?
As ações do Credit Suisse, que está lutando para se recuperar de uma série de escândalos nos últimos anos, desabaram nos últimos 12 meses. Os papéis, que valiam cerca de 80 francos suíços em 2008, fecharam a 1,70 franco suíço na última quarta-feira (15).
Na noite de ontem, a instituição financeira comunicou que solicitará um empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (US$ 53,7 bilhões) do Banco Central do país, além de afirmar que realizará uma série de operações de recompra de títulos da dívida por quase 3 bilhões de francos suíços.
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Em meio à turbulência gerada pela situação, Marcos Baroni, head de pesquisas sobre fundos imobiliários na Suno Research, lembra que os fundos imobiliários têm uma blindagem patrimonial que os protege de situações como a atual.
“Os fundos imobiliários têm um patrimônio próprio, que é apartado das instituições que os administram e que fazem a gestão dos imóveis e das operações de crédito”, afirmou o Professor Baroni, nas redes sociais. “Podem ficar tranquilos”, recomendou aos investidores.
Em resposta aos rumores de eventuais prejuízos para os FIIs, o CSHG já havia divulgado comunicado – em outubro de 2022 – reforçando que segue a lei 8.668/93, que estabelece que os bens e direitos dos fundos imobiliários são segregados e independentes de qualquer instituição.
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“Os bens e direitos integrantes do patrimônio do Fundo de Investimento Imobiliário, em especial os bens imóveis mantidos sob a propriedade fiduciária da instituição administradora, bem como seus frutos e rendimentos, não se comunicam com o patrimônio desta”, diz o artigo 7 da lei 8.668/93, destacado pela administradora.
Diante da segregação do patrimônio, a CSHG afirmou que os resultados e a distribuição de dividendos dos FIIs administrados pela corretora seguirão normalmente, “uma vez que os recebimentos de locações, créditos e todos os demais direitos dos FIIs não têm correlação e não são compostos por títulos de emissão do Grupo Credit Suisse”, segundo o fato relevante divulgado pela instituição na época.
A lista de fundos imobiliários administrados pela CSHG conta com:
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- CSHG Real Estate – HGRE11
- CSHG Logística – HGLG11
- CSHG Recebíveis Imobiliários – HGCR11
- CSHG Renda Urbana – HGRU11
- CSHG Imobiliário FoF – HGFF11
- CSHG Prime Offices – HGPO11
- Castello Branco Office Park – CBOP11
- CSHG Residencial – HGRS11
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Atenção no médio prazo, sugere professor Baroni
As informações prestadas pelo CSHG estão em linha com a análise de Baroni, da Suno Research, que não vê grandes riscos para os fundos administrados pela corretora no curto prazo. Para ele, o investidor deve redobrar a atenção é no médio prazo.
Ela havia falado sobre o assunto na edição do dia 4 de outubro de 2022 do Liga de FIIs, programa produzido pelo InfoMoney e que tem apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney.
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Apesar do aumento da volatilidade das cotas dos fundos administrados pela CSHG no início da crise do banco suíço, Baroni não via, até o momento, motivo para grande preocupação dos cotistas.
“A gente tem algumas evidências de que a operação aqui no Brasil vai muito bem”, diz o professor. “O time de gestão do CSHG está trabalhando há bastante tempo junto e tudo vem correndo dentro das expectativas”, afirma Baroni, que se refere principalmente à execução da gestão ativa dos fundos e ao cumprimento do cronograma de reformas em imóveis e emissões de novas cotas.
Ele lembrou ainda que o administrador de um fundo imobiliário é um prestador de serviço do FII, que pode ser trocados por outro em caso de uma situação extrema – a falência da instituição, por exemplo. O modelo também garante uma certa tranquilidade para os investidores, afirma o especialista.
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Na avaliação de Baroni, a atenção dos investidores deve ser direcionada principalmente para o médio prazo, mais especificamente em eventuais mudanças na operação da CSHG.
Se a crise eventualmente se agravar e começar a refletir na operação brasileira, reflete o professor, a equipe de gestão pode acabar sendo afetada, refletindo na estratégia da carteira e, consequentemente, na operação do fundo.
“Neste cenário, nós não teríamos mais os mesmos gestores e a mesma qualidade de gestão ativa”, prevê. “Todo o trabalho de crescimento do fundo e de geração de valor para o cotista visto até agora estaria ameaçado”.
De qualquer forma, Baroni, por enquanto, não trabalha com um cenário tão drástico. Para ele, a operação brasileira do Credit Suisse vai passar por esta crise com “um ou outro estresse”, mas continuará existindo.
Confira mais análises do Professor Baroni na edição de ontem do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.