FII Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11) cancela dividendos de abril para pagar dívida com Rede D’Or; Ifix sobe

O fundo anunciou nova emissão de cotas, no valor de R$ 26 milhões, para quitar o saldo remanescente da dívida

Wellington Carvalho

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Após assembleia geral extraordinária (AGE), nesta quarta-feira (30), o FII Hospital Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11) anunciou o pagamento parcial da dívida de R$ 27 milhões que o fundo tem com a locatária Rede D’Or.

De acordo com comunicado ao mercado, o fundo desembolsou R$ 4,1 milhões, utilizando a reserva de contingência da carteira e a receita de aluguel recebida em março de 2022.

A administração do fundo confirmou também que a AGE aprovou uma nova emissão de cotas para o pagamento do saldo remanescente da dívida.

Em função do pagamento de parte da dívida, o FII Hospital Nossa Senhora de Lourdes informou que não haverá a distribuição de dividendos aos cotistas prevista para o dia 7 de abril de 2022.

A dívida do fundo é resultado de uma ação iniciada pela Rede D’Or, que questionava o valor da locação do imóvel onde funciona o Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo (SP), que pertence ao fundo imobiliário.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ – SP) recebeu a ação revisional em 2016 e o entendimento inicial, em 2019, fixou o aluguel em R$ 1,460 milhão, uma redução de 16,9% na comparação com o valor então vigente.

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Como o parecer era provisório, a Rede D’Or seguiu pagando o valor original do aluguel, previsto no contrato, ao longo do restante da tramitação do processo.

No dia 9 de março, porém, o TJ – SP confirmou a decisão e determinou a devolução dos valores pagos a mais pela Rede D’Or. A restituição foi fixada em R$ 27 milhões.

Após o pagamento de parte da dívida – R$ 4,1 milhões – o fundo aprovou nova emissão de cotas da carteira no valor de R$ 26,29 milhões. O recurso captado será usado exatamente para quitar o saldo remanescente da dívida.

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O preço unitário das novas cotas foi fixado em R$ 144 e a taxa de distribuição será de aproximadamente R$ 1,36, totalizando R$ 145,36. No fechamento do mercado nesta quarta-feira (30), o papel foi negociado a R$ 149,20, com queda de 2,46%.

Em simulação feita antes da AGE, o fundo calculava que a emissão de novas cotas reduziria a distribuição de dividendos para R$ 1,34 por cota, 13% abaixo do último pagamento, feito no dia 8 de março, de R$ 1,54 por cota.

IFIX hoje

Na última sessão de março, o IFIX – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou com elevação de 0,28%, aos 2.776 pontos. Ontem, o índice fechou em alta de 0,37%. No acumulado de março, o Ifix fechou com alta de 1,42%, após dois meses de queda. Confira os destaques do dia:

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Maiores altas desta quinta-feira (31)

Ticker Nome Setor Variação (%)
TEPP11 Tellus Properties Lajes Corporativas 3,55
RBFF11 Rio Bravo Ifix Títulos e Val. Mob. 3,43
RECT11 Rec Renda Imobiliaria Híbrido 3,23
XPPR11 XP Properties Outros 2,22
RBVA11 Rio Bravo Renda Varejo Outros 1,85

Maiores baixas desta quinta-feira (31):

Ticker Nome Setor Variação (%)
KISU11 KILIMA Títulos e Val. Mob. -1,43
SARE11 Santander Renda Híbrido -1,19
BTCR11 BTG Pactual Credito Imobiliario Títulos e Val. Mob. -0,97
BCIA11 Bradesco Carteira Imobiliaria Títulos e Val. Mob. -0,94
LVBI11 VBI Logistico Logística -0,85

Fonte: B3

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Nova oferta do Átrio Reit Recebíveis ( ARRI11) quer captar R$ 60 milhões

O fundo Átrio Reit Recebíveis aprovou, nesta quarta-feira (30), a realização da terceira emissão de cotas da carteira, que inicialmente pretende captar R$ 60 milhões.

De acordo com as regras da oferta, o preço unitário das novas cotas foi estipulado em R$ 92,15 e a taxa de distribuição será de R$ 3,06, totalizando R$ 95,21.

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No fechamento do mercado nesta quarta-feira (30), a cota do Átrio Reit Recebíveis foi negociada a R$ 99,33, com leve alta de 0,03%.

Os cotistas com posição no final do dia 6 de abril terão direito de preferência na oferta, que poderá ser exercido entre os dias 11 e 25 de abril de 2022. O fator de proporção é de 62%.

Com patrimônio líquido de R$ 97 milhões, o fundo tem atualmente um portfólio formado predominantemente por certificado de recebíveis imobiliários (CRI). 73% dos títulos estão indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Dividendos de hoje

Confira quais são os três fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta quinta-feira (31):

Ticker Fundo Rendimento
FLRP11 Floripa Shopping  R$  10,00
BTRA11 BTG Pactual Terras Agricolas  R$    0,90
[ativo= EDGA11] Galeria  R$    0,15

Fonte: InfoMoney

Obs.: Tickers com final diferente de 11 se referem aos recibos e direitos de subscrição dos fundos.

Giro Imobiliário: fundos de gestão passiva valem a pena?; Caem vendas de imóveis em São Paulo, mas lançamentos avançam

Fundos imobiliários com gestão passiva perdem espaço no mercado; ainda vale a pena investir nesse modelo de FII?

Tradicionais no início da indústria dos fundos imobiliários, os FIIs com gestão passiva – focados apenas na administração dos imóveis – tem perdido espaço no mercado. O futuro do modelo é questionado, diante de alternativas consideradas mais modernas.  Mas como fica o investidor em meio à transformação que se desenha?

O tema foi destaque da edição do Liga de FIIs desta terça-feira (29), que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. O programa contou também com a participação de Marcos Baroni, head de pesquisas em FIIs da Suno Research.

Atualmente, dos 104 fundos imobiliários que compõem o IFIX – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – 99 contam com gestão ativa, que dá liberdade ao gestor de vender e comprar ativos em busca de aumentar o patrimônio da carteira e, consequentemente, maximizar os dividendos para os cotistas.

Refletindo a perda de espaço no mercado, apenas cinco fundos do Ifix têm gestão passiva. O retorno das carteiras nos últimos 12 meses reforça o cenário adverso do modelo.

Ticker Fundo   Volume médio  12 meses (R$ milhares)  Retorno com dividendos em 12 meses (%) Variação em 12 meses (%)
FIGS11 General Shopping                                                                       249 5,6 -0,1
FIIB11 Industrial do Brasil                                                                       378 7,9 -3,7
BBPO11 BB Progressivo II                                                                   1.830 10,0 -13,2
SPTW11 Sp Downtown                                                                       323 16,7 -14,2
XPCM11 XP Corporate Macaé                                                                       220 7,6 -52,7

Fonte: Economatica

Para Otuki, os fundos de gestão passiva estão na direção contrária do mercado, que cada vez mais trabalha pela diversificação dos portfólios e mitigação dos riscos.

“Os fundos não são mais setoriais, são híbridos, e conseguem fazer operações de alavancagem e até mesmo desenvolver os próprios imóveis”, diz o economista, que lembra que os fundos de gestão passiva são caracterizados, na maioria das vezes, por possuir apenas um imóvel ou mesmo um só inquilino.

Para o professor Baroni, os fundos imobiliários de gestão passiva são produtos que fizeram parte da evolução do mercado, mas que atualmente tendem a cair no ostracismo. “São cotas de colecionador”, afirma.

“Houve uma época em que era necessário investir em até 40 fundos imobiliários para mitigar o risco da carteira”, relembra Baroni, que aponta um cenário totalmente contrário ao de hoje, em que com um único fundo o investidor consegue uma boa diversificação e proteção do patrimônio.

São Paulo registra queda nas vendas e expansão dos lançamentos de prédios em fevereiro, diz Secovi

O mercado imobiliário na cidade de São Paulo teve um recuo nas vendas no último mês, enquanto os lançamentos avançaram, de acordo com pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) divulgada nesta quarta-feira (30).

As vendas recuaram 15,6% em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2021. Foram comercializados 4.228 moradias novas na cidade de São Paulo contra 5.009 um ano antes.

A velocidade de vendas esfriou para 6,3% ante 10,5% um ano antes. A velocidade de vendas mede o total de unidades vendidas perante o estoque.

No acumulado de 12 meses (março de 2021 a fevereiro de 2022), as vendas totalizaram 65.515 unidades, aumento de 23,9% em relação aos 12 meses anteriores (março de 2020 a fevereiro de 2021).

Em termos monetários, as vendas em fevereiro movimentaram R$ 2 bilhões, resultado 3,8% menor na comparação anual.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.