FII de shopping tem mais um mês de dividendo zero após desabamento em centro de compras em SP

A última distribuição de dividendos do BPML11 ocorreu em fevereiro, antes da queda de parte de uma laje do Osasco Plaza Shopping, na Grande São Paulo (SP)

Wellington Carvalho

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O FII BTG Pactual Shoppings (BPML11) comunicou ao mercado e aos seus 1.544 investidores que não distribuirá dividendos em maio, conforme aponta comunicado divulgado nesta quinta-feira (18).

“[O fundo] informa a seus cotistas e ao mercado que não haverá divulgação referente a distribuição de rendimentos em 18/05/2023″, confirma o documento, que adota o mesmo texto usado em meses anteriores em que não houve repasse de rendimentos.

A última distribuição de dividendos do (BPML11) ocorreu em fevereiro – ou seja, antes da queda de parte de uma laje do Osasco Plaza Shopping, na Grande São Paulo (SP), que faz parte do portfólio da carteira.

E março, a gestão do FII atribuiu a retenção dos dividendos “à análise dos potenciais impactos financeiros do evento ocorrido no dia 8 daquele mês”. Após o episódio, o espaço foi interditado pela prefeitura local que o liberou apenas no início de maio.

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O BPML11 é dono de cerca de 40% do Osasco Plaza Shopping, espaço inaugurado em 1995 e que tem uma área de 16,8 mil metros quadrados.

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De acordo com o fundo, o empreendimento é responsável por cerca de 10% da receita do portfólio, que conta ainda com participação em outros seis shoppings localizados em quatro estados.

Em fevereiro, o FII BTG Pactual Shoppings pagou R$ 0,27 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,45%.

Ifix hoje

Na sessão desta quinta-feira (18), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou com alta de 0,09%, aos 2.992 pontos. Confira os demais destaques do dia.

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Maiores altas desta quinta-feira (18):

Ticker Nome Setor Variação (%)
TORD11 Tordesilhas EI Desenvolvimento 4,68
HGFF11 CSHG FoF FoF 3,12
RBFF11 Rio Bravo Ifix FoF 2,17
RBRP11 RBR Properties Híbrido 2,14
MCCI11 Mauá Capital Títulos e Val. Mob. 2,02

Maiores baixas desta quinta-feira (18):

Ticker Nome Setor Variação (%)
SARE11 Santander Renda Híbrido -2,73
MORE11 More Real Estate FoF -2,16
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios -1,98
IRDM11 Iridium Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -1,94
PVBI11 VBI Prime Properties Lajes Corporativas -1,34

Fonte: B3

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Maior do mercado, FII com mais de 800 mil cotistas aumenta dividendos em 24% no 1º trimestre; por quê?

Maior fundo imobiliário em número de cotistas – são 808 mil – o Maxi Renda (MXRF11) distribuiu no primeiro trimestre dividendos de aproximadamente R$ 0,35 por cota, montante que representa um aumento de 24% na comparação com o repassado no trimestre anterior.

O número foi confirmado, nesta quarta-feira (17), durante teleconferência para investidores realizada pela gestão da carteira.

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“O Maxi Renda se destacou bastante no quesito distribuição de rendimentos, sobretudo em um mercado ainda bastante desafiador”, afirma André Masetti, gestor da XP Asset. Segundo ele, cerca de 90% do resultado do fundo no período teve origem das próprias operações – e não de negociações que geraram ganho de capital.

Considerado um fundo híbrido, que investe em mais de uma classe de ativo, o Maxi Renda tem hoje um patrimônio líquido de R$ 2,2 bilhões.

O portfólio do fundo é composto por certificados de recebíveis imobiliários (73%), cotas de outros FIIs (17%), permutas financeiras (6%) e caixa (3%). Os dados fazem parte do último relatório gerencial divulgado pela carteira.

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Nos últimos 12 meses, o fundo acumula valorização de 12,11%, de acordo com dados do StatusInvest, plataforma de informações sobre o mercado financeiro.

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta quinta-feira (18):

Ticker Rendimento Rentabilidade
VGIP11  R$     1,20 1,40%
VGIR11  R$     0,12 1,27%
MCHF11  R$     0,10 1,14%
MCCI11  R$     0,95 1,10%
CPTS11  R$     0,81 1,03%

Fonte: StatusInvest

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Giro Imobiliário: rali dos FIIs? Especialistas avaliam se ainda há fôlego para novas altas

Flertando com a marca dos 3.000 mil pontos, o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – já acumula 15 sessões seguidas de ganhos, maior série do indicador desde a encerrada em 8 de junho de 2022 – quando o índice registrou elevação durante 17 dias. Diante do comportamento, o mercado já questiona se o índice ainda tem fôlego para manter a tendência de alta.

O tema foi um dos destaques do Liga de FIIs desta terça-feira (16), programa produzido pelo InfoMoney com a apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. O convidado desta edição foi Arthur Losnak, head de FIIs da casa de análise TC.

No meio do ano passado, o mercado de FIIs iniciou uma tendência de alta após o fim do ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic – que subiu de 2% no início de 2021 para 13,75% ao ano em agosto de 2022, patamar que se mantém até hoje.

Quanto mais elevado o indicador, mais rentável se torna a renda fixa, que acaba atraindo os investidores da renda variável, entre eles, os de fundos imobiliários. O movimento pressiona a cotação dos ativos, que perdem atratividade e valor na Bolsa.

A indefinição em torno de uma data para o início do corte da Selic, porém, interrompeu o bom humor do mercado em 2022 e o Ifix devolveu toda a alta obtida no período. Mais tarde, o índice chegou a ficar cinco meses seguidos sem ganhos – encerrando o jejum só no mês passado e já ensaiando um novo rali.

“Contra o fluxo não há argumentos”, brinca Otuki. “Tivemos o Ifix em abril subindo 3,5% e agora o atual desempenho de maio, fatores que me levam a ficar otimista com o mercado de FIIs daqui para a frente”, afirma.

Além do desempenho do índice dos fundos imobiliários, o economista lembra que o comportamento do Ibovepa, do dólar e dos juros futuros sinaliza para uma reversão de tendência que beneficia o investimento em fundos imobiliários.

“O próprio debate sobre o futuro da Selic sinaliza que estamos mais próximos de um corte do que o contrário”, reflete.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.