Exclusivo: Marcio Fontes deixa ASA Investments e Santa Fé assume gestão de Asa Hedge

Saída é por questões pessoais. Fundo ganhou bastante relevância no mercado, mas veio sofrendo com retornos abaixo do CDI nos últimos 12 meses, assim como boa parcela da indústria

Bruna Furlani

Marcio Fontes, gestor do Asa Hedge.
Foto: Leonardo Rodrigues/Divulgação
Marcio Fontes, gestor do Asa Hedge. Foto: Leonardo Rodrigues/Divulgação

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A gestão do Asa Hedge, um dos principais multimercados da renomada gestora ASA Investments, vai passar por mudanças. Marcio Fontes, gestor do produto, deixou a instituições, por questões pessoais, após ter ajudado a montar a empresa. Quem assume a gestão agora é Filippe Santa Fé, que atuava antes como gestor de juros do produto, que possui mais de 14 mil cotistas. A assessoria da ASA Investments confirmou as alterações.

“O projeto da ASA foi muito legal e fiquei muito feliz de pegar a empresa de um ponto lá embaixo e trazer aqui para cima. Fomos o melhor gestor de multimercados. Foi uma experiência 100%”, disse Fontes ao InfoMoney. Segundo o profissional, a saída já era trabalhada há meses e foi “acordada”.

O executivo estava na gestora desde janeiro de 2020. Anteriormente teve passagens por casas como BNP Paribas Asset Management, JP Morgan Chase &Co e Banco Safra.

Assim como boa parcela da indústria de multimercados, o fundo vem sofrendo com retornos abaixo do CDI. No acumulado dos últimos 12 meses até a última quarta-feira (12), o produto entregou uma rentabilidade negativa de -1,04%, contra 11,95% do CDI (taxa de referência da classe).

A estratégia mais inteligente para buscar ganhos consistentes no longo prazo, mesmo sendo um investidor iniciante, segundo a especialista em investimentos Clara Sodré

A situação é diferente se analisar janelas maiores, onde o produto conseguiu obter uma boa performance e se destacar em relação ao resto do mercado. Ao considerar os últimos quatro anos até última quarta-feira (12), o ASA Hedge ofereceu ganhos de 50,28%, bem acima dos 40,46% do DI e do retorno médio de 35,42% registrado por multimercados de gestão ativa agrupados no Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA).

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O fundo chegou a deter um patrimônio líquido de R$ 2,2 bilhões em janeiro de 2023, mas viu o montante reduzir ao longo dos últimos meses e chegar a R$ 771,2 milhões na última quarta-feira (12), segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Movimento semelhante foi visto no resto da indústria, que tem sofrido com mais resgates do que entradas. Até a última segunda-feira (10), os fundos multimercados apresentaram saídas líquidas de R$ 193,1 bilhões nos últimos 12 meses.

Mais mudanças na casa

As alterações dentro da ASA Investments não param por aí. Segundo a gestora, que detém R$ 3,02 bilhões sob gestão, Fabio Kanczuk, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e ex-diretor de política econômica do Banco Central assume como novo diretor da ASA Asset.

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Desde 2022, Kanczuk atuava como economista-chefe da instituição. Já Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro Nacional e atual superintendente da ASA, passa a chefiar a área econômica no lugar de Kanczuk.