Como os ETFs podem diversificar os seus investimentos em escala global

Gestores destacam as vantagens e os riscos dos fundos de índice

Laís Martins

View this post on Instagram

A post shared by InfoMoney (@infomoney)

Publicidade

SÃO PAULO – O mercado de fundos de índices, mais conhecidos pela sigla em inglês ETF (Exchange Traded Funds), está crescendo cada vez mais no Brasil e no exterior. Atualmente, são 31 ETFs listados na B3, dos quais 24 são de renda variável. São produtos indicados tanto para investidores iniciantes quanto para os mais experientes.

“Hoje, a Itaú Asset tem R$ 18 bilhões geridos na indústria de ETFs. É um produto muito líquido e que oferece exposição em diversos mercados”, afirmou Eduardo Torrescasana, gestor da Itaú Asset, em live no Instagram do InfoMoney.

Ao replicar um índice, o ETF é uma boa opção para diversificação, ao englobar diversos ativos em um só produto, prossegue o especialista.

Continua depois da publicidade

“Os ETFs são fundos de índices com gestão passiva, ou seja, diferentemente dos fundos de gestão ativa, eles seguem um benchmark [ou índice de referência], mas não têm como prioridade superar esse referente, apenas acompanhá-lo e replicar seus ganhos ao investidor”, explica.

Como exemplo, Torrescasana cita os dois principais fundos de índice que acompanham o Ibovespa: o BOVA11 e o BOVV11. Ambos englobam todas as ações que compõem o principal índice da Bolsa brasileira e têm seu desempenho atrelado a ele.

“O BOVA11 é gerido pela BlackRock e o BOVV11, por nós, da Itaú Asset. São produtos interessantes porque é muito difícil você comprar todas as 82 ações que compõem o principal índice da nossa Bolsa hoje. Mas se você compra um deles, com apenas um investimento você já está exposto a todas essas empresas, com uma diversificação interessante dentro da sua carteira”, opina o gestor.

Continua depois da publicidade

ETFs internacionais

Daniel Chinzarian, analista de produtos da XP Investimentos, também participou da live promovida pela especialista em investimentos Ana Laura Magalhães (a Explica Ana) e concordou com o potencial de diversificação e exposição a mercados globais que os ETFs oferecem.

Na visão de Chinzarian, o investidor deve aproveitar os produtos existentes na B3 para se proteger e lucrar com as oscilações de diversos mercados. “É interessante você estar exposto tanto lá fora quanto aqui no Brasil para se proteger do risco Brasil e da oscilação internacional. Os ETFs se complementam”, explica.

Veja algumas das opções citadas pelo gestor para montar uma carteira diversificada de ETFs:

Continua depois da publicidade

XINA11

O XINA11 é um ETF gerido pela XP Investimentos e acompanha o índice MSCI China, que é composto por ações de cerca de 700 empresas chinesas de grande e médio porte listadas no mercado.

“O mercado chinês se encontra em plena ascensão, o PIB está crescendo e, por mais que não existam tantas informações consolidadas como temos no mercado americano, a China é a segunda maior economia do mundo”, explica Chinzarian.

No geral, os ETFs são bastante acessíveis. A cotação do XINA11 no fechamento do dia 15 de abril, por exemplo, foi de R$ 11,23.

Continua depois da publicidade

GOLD11

O GOLD11 é o primeiro ETF de ouro do Brasil. Lançado pela XP Investimentos, ele busca replicar a performance do preço do ouro, em dólar, por meio do iShares Gold Trust, gerido pela BlackRock.

“Esse ETF é dolarizado, ou seja, você investe em reais, mas expõe o seu capital em dólares. Se você investe nesse ETF, você está exposto à valorização do dólar e do ouro”, ressalta o gestor da XP.

Apesar da ressalva do risco adicional, Ana Laura explicou durante a conversa a importância de ter investimentos dolarizados na carteira. “Ano que vem teremos eleição presidencial. Nesse período, geralmente há disparo de dólar, então proteger o seu patrimônio desses dois fatores é interessante”, alerta.

Continua depois da publicidade

Seguindo a característica de acessibilidade dos ETFs, o GOLD11 estava cotado a R$ 10,65 no fechamento do dia 15 de abril.

HASH11

O HASH11 será o primeiro ETF de criptomoedas do Brasil. A gestora de investimentos Hashdex criou a proposta do ETF e sua primeira emissão será feita pelo Banco do Brasil, na condição de participante especial e distribuidor. A  Genial, o BTG Pactual e o Itaú BBA serão os coordenadores da emissão.

“A estreia do produto está marcada para o dia 26 de abril e é uma forma inovadora de diversificação no mercado. Caso você não queira acompanhar diretamente cada uma das criptos individualmente, pode comprar esse ETF de criptomoedas. Ele chega como uma proposta de incluir o pequeno investidor nesse mercado”, aponta Chinzarian.

Por fim, o analista da XP também citou outros ETFs disponíveis no mercado para maior diversificação. Entre eles está o EURP11, que reúne as principais empresas do mercado acionário da Europa, o IVVB11, que replica o S&P 500 (principal índice da Bolsa norte-americana) e o ACWI11, que replica o desempenho das melhores empresas do mercado global (é composto de 23 países emergentes e 26 países desenvolvidos).

ETFs nacionais

XFIX11

Além do BOVA11 e do BOVV11, mencionados anteriormente, o Ifix é o índice de fundos imobiliários da B3 e o XFIX11 é o ETF que replica o seu desempenho. Ao comprá-lo, o investidor se expõe a todos os fundos imobiliários que compõem o índice.

“Esses produtos têm a característica de pagar dividendos, mas os ETFs não pagam dividendos. São fundos de total return, ou seja, o ETF recebe os dividendos da cesta na qual ele está inserido e reinveste nele mesmo”, esclarece o especialista da XP Investimentos.

Por fim, ele explica que, no longo prazo, essa estratégia de reinvestimento dos dividendos pelo gestor do ETF gera um retorno maior do que distribuir os dividendos periodicamente desse fundo.

ACESSO GRATUITO

CARTEIRA DE BONDS

Laís Martins

Analista de Conteúdo no InfoMoney. Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e com passagens pela Globo e UOL. Cria conteúdos sobre investimentos, finanças, economia, mercados e tecnologia