ETFs de Bitcoin têm maior sequência de resgates no ano e “sangram” US$ 1,2 bi

Produtos americanos são afetados por dados econômicos e a pressão deflacionária na China

Bloomberg

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Os fundos de índice (ETFs) de Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos enfrentaram sua maior sequência de resgates líquidos diários desde o início do ano, refletindo uma retração mais ampla de ativos considerados arriscados em um período desafiador para os mercados globais.

Os investidores retiraram cerca de US$ 1,2 bilhão do grupo de 12 ETFs ao longo de oito dias, até 6 de setembro, conforme dados compilados pela Bloomberg. Essa queda ocorre em meio a um período turbulento para ações e commodities, motivada por preocupações sobre o crescimento econômico.

Dados mistos sobre o emprego nos EUA e a pressão deflacionária na China estão afetando os traders. A incerteza está afetando o mercado de criptomoedas, cujas flutuações passaram a estar mais intimamente ligadas às movimentações das ações, com uma correlação de curto prazo em ascensão entre os dois.

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O Bitcoin enfrentou dificuldades em setembro, com uma perda aproximada de 7%. No entanto, a maior criptomoeda conseguiu registrar ganhos modestos durante o fim de semana, subindo cerca de 2,4%, alcançando US$ 55.682 às 12h desta segunda-feira.

“O pequeno rali de alívio parece ser impulsionado, em parte, por alguns influenciadores proeminentes encerrando suas posições vendidas”, afirmou Sean McNulty, diretor de operações da provedora de liquidez Arbelos Markets. Ele citou um recente post nas redes sociais de Arthur Hayes, cofundador da plataforma de negociação BitMEX.

Uma melhora no desempenho de Donald Trump, o candidato republicano favorável às criptomoedas nas eleições presidenciais dos EUA, em pesquisas e mercados de previsão, pode também estar contribuindo, segundo McNulty. Ele relatou um aumento na demanda por opções de hedge, caso o debate de terça-feira entre Trump e a candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris, provoque volatilidade. Harris ainda não detalhou sua posição sobre criptomoedas.

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Os ETFs de Bitcoin nos EUA, que investem diretamente na criptomoeda original, foram lançados em janeiro com grande alarde. A demanda inesperadamente forte pelos fundos ajudou a impulsionar o token a um recorde de US$ 73.798 em março. As entradas, posteriormente, se moderaram e o rali do Bitcoin até o momento caiu para cerca de 30%.

A criptomoeda deverá operar na faixa recente de US$ 53.000 a US$ 57.000 até que os EUA divulguem os dados sobre preços ao consumidor na quarta-feira, afirmou Caroline Mauron, cofundadora da Orbit Markets, provedora de liquidez para negociação de derivativos de ativos digitais. Os números da inflação podem moldar as expectativas em relação ao ritmo do alívio monetário esperado pelo Federal Reserve nos EUA.