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Nos 12 meses que antecederam a aprovação do primeiro lote de ETFs (fundos de índice) de Bitcoin (BTC) dos Estados Unidos, a maior criptomoeda do mercado disparou 160%, encostando nos US$ 49 mil, seu maior preço em dois anos, para depois devolver parte dos ganhos.
Agora, a bola da vez é o Ethereum (ETH). Especialistas acreditam que, assim como ocorreu com o BTC, o lançamento do veículo de investimento tem potencial de aumentar o fluxo comprador e, assim, também fazer o ETH “voar”.
“Com o aumento da demanda, não me surpreende se virmos o ETH ultrapassar seu último topo histórico, de cerca de US$ 4.600, em uma nova corrida de preços nos próximos meses”, disse Rudá Pellini, cofundador da minerador de criptomoedas Arthur Inc.
Um gostinho do que pode acontecer com o preço foi visto depois da aprovação do ETF de Bitcoin, na quarta-feira (10). O Bitcoin avançou após a notícia, mas foi o ETH que roubou a cena, subindo 11% nas 24 horas seguintes. Na tarde desta segunda-feira (22), o token é negociado a US$ 2.361, com queda de 4,31%.
ETFs de Ethereum
Segundo o JPMorgan, há 50% de chances de a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, dar sinal verde para um ETF de Ethereum. BlackRock, Fidelity, VanEck, Invesco e 21Shares, que já lançaram ETFs de Bitcoin, pretendem fazer o mesmo para a segunda maior cripto. Mas outros dois pontos também jogam a favor de uma possível aprovação.
Primeiro, a SEC não tratou o Ethereum como valor mobiliário em processos movidos no ano passado contra corretoras, o que pode criar condição para categorizá-lo como commodity. Além disso, o regulador já liberou ETFs de futuros de Ethereum, o que de certa forma implica que o regulador “aceitou” o ETH como commodity.
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“Caso essa aprovação se concretize, o que acredito que acontecerá, 2024 se tornará um ano proporcionalmente bem mais atraente para investir em Ethereum do que em Bitcoin”, disse Felipe Martorano, analista da VG Research. “Embora essa perspectiva implique em maior risco, vejo uma assimetria entre risco e retorno bem positiva”.
Martorano também aponta catalisadores de alta para além do ETF, em especial uma atualização prevista para março deste ano. “[Essa mudança] busca tornar as transações mais acessíveis (baratas) e eficientes, ampliando ainda mais os casos de uso da rede Ethereum e principalmente das suas segundas camadas, atraindo mais capital e, consequentemente, valor travado (TVL) na rede”, falou.
ETF vai pagar dividendos?
Na semana passada, agentes do mercado começaram a cogitar a possibilidade de os primeiros ETFs de Ethereum oferecerem uma espécie de “dividendo”, com a distribuição dos rendimentos do staking, método de renda passiva do Ethereum que paga investidores que ajudam no funcionamento da tecnologia.
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Tanto Martorano como Pellini, no entanto, duvidam que isso se concretize por enquanto. “Acredito que não veríamos, pelo menos inicialmente. Essa possibilidade, talvez, represente um dos pontos mais desafiadores a serem discutidos para a eventual aprovação do ETF”, falou Martorano.
Pellini disse que em um primeiro momento não vê o ETF se valendo do staking, mas eventualmente, alegou, “poderemos ver outros pedidos de aprovação com essa configuração, o que seria interessante sobre a ótica do investidor, além de uma grande inovação na lógica de como os ETFs de commodities são estruturados”.