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A recente desvalorização das cotas dos fundos imobiliários nos últimos meses pode ser motivo de preocupação para alguns investidores, mas não é o caso de Lucas Pit Money, empresário e influencer, que classifica o atual momento como “muito favorável” para aumentar a exposição aos ativos.
Pit Money foi o destaque da edição desta terça-feira (30) do Liga de FIIs, programa produzido pelo InfoMoney e apresentado por Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e de Wellington Carvalho, repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. O programa vai ao ar às terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no YouTube.
Além de revelar os principais fundos imobiliários que possui, Pit Money também analisou o recente desempenho do IFIX – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa. Em novembro, o indicador acumulou o quarto mês consecutivo de queda, com perdas no ano que somam quase 10%.
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“Em onze anos de mercado, eu nunca tinha visto uma distorção tão grande em fundos imobiliários”, afirma Pit Money ao analisar o valor patrimonial dos fundos e o preço que os ativos estão sendo negociados na Bolsa. “É por isso que eu estou comprando fundos imobiliários com sorriso no rosto”.
Pit Money relata que, na última semana, boa parte dos recursos reservados para aportes nos investimentos foi para fundos imobiliários. Diante do desconto oferecido em alguns fundos, ele diz ter até deixado de lado a resistência que tinha aos FIIs de “papel”, que investem em títulos do setor imobiliário.
Atualmente, a carteira de fundos imobiliários do influencer conta com 16 ativos. Durante o Liga de FIIs, ele revelou os fundos com maior participação no portfólio. Confira a lista:
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Kinea Renda Imobiliária (KNRI11)
Sexto fundo imobiliário com mais cotistas na Bolsa, um total de 231.872, o Kinea Renda Imobiliária tem como objetivo gerar renda de aluguel com a locação de escritórios e galpões logísticos.
O fundo conta hoje com um patrimônio líquido de R$ 3,7 bilhões distribuído em 21 imóveis, que atendem 90 inquilinos. A vacância atual do portfólio está em 3,2%.
Com um retorno com dividendos de 6,68% em doze meses, o P/VPA (preço da cota sobre o valor patrimonial do fundo) do Kinea Renda Imobiliária atualmente está em 0,81, o que representaria um desconto de quase 20%.
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XP Log (XPLG11)
Fundo do segmento de logística, o XP Log tem hoje 275.464 cotistas e um patrimônio líquido de R$ 2,9 bilhões. O fundo, como o nome sugere, gera receitas com a locação de empreendimentos na área logística e industrial.
Hoje, a carteira do XP Log é formada por 16 condomínios logísticos espalhados por cinco Estados. O fundo conta com 41 locatários e a vacância do portfólio está em 10,6%.
O retorno com dividendos nos últimos 12 meses está em torno de 8%. No ano, a cota do fundo tem desvalorização de 26%.
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CSHG Real Estate (HGRE11)
Com um P/VPA de 0,71, o fundo CSHG Real Estate tem sido negociado atualmente com um desconto de quase de 30%. Com patrimônio líquido de R$ 1,98 bilhão, o fundo tem como objetivo a compra de lajes corporativas para posterior venda ou locação.
Em 12 meses, o retorno com dividendos do CSHG é de 8%, nível considerado alto diante do histórico do fundo. Ao mesmo tempo, a vacância atual está em torno de 23%. Analistas apontam que relação dos dois indicadores reforça a capacidade do ativo elevar a distribuição de rendimentos na medida em que a vacância seja reduzida.
XP Properties (XPPR11)
O XP Properties é do segmento de lajes corporativas e o fundo atua principalmente na gestão de empreendimentos como escritórios, educacionais e hospitais. O patrimônio líquido do fundo é de R$ 610 milhões.
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Com uma área bruta locável (ABL) de 76 mil metros quadrados, o portfólio do fundo conta com cinco imóveis em operação e um em construção. A vacância atual está em 47%.
Em 2021, a cota do fundo sofre desvalorização de 27,4% e o retorno com dividendos nos últimos 12 meses está em dois dígitos: 10,49%.
XP Malls (XPML11)
Com patrimônio líquido de R$ 1,9 bilhão, o XP Malls atua na área de shoppings. Na carteira, o fundo conta com 12 complexos comerciais em três regiões do País. Entre eles, estão o Cidade Jardim e Cidade São Paulo (SP), Downtown (RJ), Natal Shopping (RN), Bela Vista (BA) e Shopping Ponta Negra (AM).
O fundo acumula desvalorização de quase 24% em 2021 e o retorno com dividendos está abaixo dos 6%. No entanto, analistas chamam atenção para o potencial de crescimento do segmento de shoppings.
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Fundos imobiliários para iniciantes da Bolsa
Em uma carteira de investimentos formada também por ações, BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e renda fixa, a participação dos FIIs no portfólio do Pit Money é de 21%, mas deveria ser de 25%, calcula o analista.
“Para quem mora de aluguel, como eu, é maravilhoso o investimento em FIIs. Eu pago 0,3% (do valor de imóvel) de aluguel e recebo de fundos imobiliários um rendimento de 0,69%”, afirma Pit Money.
Segundo ele, o primeiro passo para quem deseja iniciar na renda variável deveria ser os fundos imobiliários. Entre as vantagens dos FIIs, Pit Money cita a recorrência dos rendimentos, a isenção do Imposto de Renda, menor volatilidade, facilidade na análise e acesso facilitado com cotas a partir de poucos reais. “Se eu tivesse de escolher apenas um produto para investir hoje, eu investiria em fundos imobiliários”, diz.
Além de investidor, Lucas Pit Money é economista, fundador da casa de análise Inside e dono de um canal no Youtube com 366 mil inscritos. Depois de perder R$ 150 mil no famoso “Joesley Day”, quando as conversas entre o empresário Joesley Batista e o então presidente Michel Temer foram reveladas e a Bolsa caiu 8,8% num só dia, Pit Money trocou os trades pelo investimento focado em fundamentos e no longo prazo.